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Maysa Polcri
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 16:22
O Governo da Bahia encerrou o contrato com o Instituto de Gestão e Humanização (IGH) para a administração do Hospital Regional Deputado Luís Eduardo Magalhães (HRDLEM), em Porto Seguro, após dez anos. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), o acordo chegou ao fim por dificuldades da organização social em assegurar a capacidade operacional da unidade. O IGH, por outro lado, afirma que solicitou ajustes ao governo estadual, mas que não foi atendido. >
A unidade possui 152 leitos e mais de 900 funcionários, sendo uma das referências em média e alta complexidade para o extremo sul baiano. O Hospital Regional Deputado Luís Eduardo Magalhães oferece serviços de urgência e emergência clínica, cirúrgica, obstétrica, oncológica e ortopédica, além de internações e atendimentos ambulatoriais.>
Em nota, o Governo do Estado disse que o fim do contrato com o IGH "ocorre diante de dificuldades da organização social em assegurar a plena capacidade operacional da unidade frente à alta demanda assistencial". A Secretaria de Saúde afirma que relatórios de monitoramento apontaram superlotação frequente na emergência, atrasos em procedimentos cirúrgicos, carência de insumos e medicamentos, fatores que comprometeram a resolutividade dos serviços.>
"De acordo com a classificação de risco dos pacientes acolhidos na emergência, em média, 52% dos casos poderiam ser resolvidos na Atenção Primária dos municípios. Desses atendimentos, a maior abrangência prevaleceu dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália", diz a nota da pasta estadual. >
Com o fim do contrato, o Instituto Setes, segundo colocado no último certame, vai assumir a gestão do hospital a partir de 1º de novembro. A transição ocorrerá durante o mês de outubro.>
"A nova gestão deve implementar medidas imediatas para reorganizar fluxos internos, reduzir a superlotação, garantir o fornecimento de insumos e adotar práticas que reforcem a resolutividade do hospital. Durante esse período, o funcionamento da unidade será monitorado por uma comissão técnica", completa o governo. >
O Instituto de Gestão e Humanização diz, em nota, que o fim do contrato é resultado de um processo conduzido de forma conciliatória. A organização social afirma que o encerramento decorre da impossibilidade de implementação de ajustes operacionais solicitados pelo IGH, fundamentais para garantir as condições necessárias à qualidade do atendimento.
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"Nos últimos anos, o IGH manteve diálogo com o Estado, por meio da Secretaria da Saúde, buscando alternativas que viabilizassem a continuidade da parceria. No entanto, a realidade da unidade, que chegou a atender mais de 170 leitos mesmo com 152 pactuados oficialmente, tornou inviável a manutenção da gestão sem adequações proporcionais à demanda", afirma o instituto. >
O corpo médico, administrativo e demais colaboradores foram comunicados oficialmente sobre o encerramento da parceria na segunda-feira (29). "O IGH reafirma seu compromisso com a saúde pública e com o fortalecimento do SUS [Sistema Único de Saúde], ressaltando que, mesmo diante de desafios, manteve o padrão de acolhimento, humanização e excelência que caracterizam sua atuação em todas as unidades sob sua gestão", completa. >