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Perla Ribeiro
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 11:52
A Justiça do Distrito Federal determinou que o Airbnb pague, na íntegra, as despesas médicas de uma cliente que ficou paraplégica após cair de uma altura de 4 metros, em uma casa de praia, alugada na plataforma, em Itacaré, no sul da Bahia. O acidente ocorreu em janeiro deste ano, quando Daniella Maia, 42 anos, viajou de férias com a família para o destino turístico. As informações são do G1 DF.>
Daniella morava na Austrália, mas estava no Brasil para matar a saudade da família, que mora em Brasília. O grupo ficou hospedado na casa de praia que foi alugada por intermédio da plataforma Airbnb.Daniela estava sem visitar o Brasil por cinco anos. A viagem era uma reunião de família durante o Verão. >
Justiça manda Airbnb ressarcir despesas médicas de cliente que ficou paraplégica após acidente em hospedagem na Bahia
Depois da queda, todos interromperam as férias e a vítima foi levada para uma unidade de saúde em Itacaré e depois para um hospital em Ilhéus. O acidente ocorreu no quinto dia da família em Itacaré, quando Daniella se apoiou no parapeito da sacada do imóvel e a estrutura desabou – fazendo ela despencar de uma altura de quatro metros.>
"Eu estava falando com o meu marido ao telefone. Eu desci para esse deck, onde tinha um guarda-corpo de madeira, e eu me encostei no guarda-corpo. E infelizmente, eu caí de costas, de mais ou menos 4 metros de altura", contou à TV Globo. A vítima foi encontrada desacordada e fraturou a medula e oito costelas. Daniella teve de ser transportada para um hospital em Ilhéus (BA), a cerca de 70 km de Itacaré, para os primeiros socorros. Em seguida, foi transferida em uma UTI aérea para o Hospital de Base, em Brasília. >
No processo judicial, a defesa afirma que Daniella encontra-se "em cadeira de rodas, totalmente dependente de cuidadores, com necessidade de tratamento médico multidisciplinar e contínuo". Na ocasião, a vítima disse em entrevista ao G1 Distrito Federal: "Eu tenho que depender de todo mundo, até para escovar os dentes, para ir ao banheiro. Eu não consigo sentir nada". >
Na ocasião, ela informou que os gastos já passavam de R$ 200 mil. "Não é vida, é só sobreviver por enquanto, né? Eu tenho sorte de estar aqui no Brasil com o apoio de toda minha família, mas é muito complicado", diz Daniela. Na ocasião, era preciso, pelo menos, de quatro pessoas para tirar a paciente da cama.>
Além disso, a defesa alega que ela não possui plano de saúde e depende de medicações de algo custo, fisioterapia intensiva e home care; e também perdeu a capacidade de trabalhar e garantir o próprio sustento. Segundo consta no processo, ela trabalhava com jardinagem na Austrália. Em nota enviada à TV Globo, o Airbnb afirmou que vai cumprir as determinações da Justiça e tomar as providências cabíveis quando houver uma sentença definitiva.>
Segundo Daniella, a empresa seguradora do contrato com o Airbnb chegou a pagar R$ 470 mil para cobrir os custos iniciais da família com UTI aérea, cirurgia e medicamentos. O valor, no entanto, não cobriu todos os custos de saúde, deixando de fora, por exemplo, as despesas com reabilitação. A família de Daniella acionou a Justiça para cobrar a complementação desse repasse e, além disso, uma indenização mensal de R$ 40 mil.>
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Na decisão provisória, do fim de novembro, o desembargador Roberto Freitas Filho reconheceu que a vítima "sofreu graves sequelas decorrentes do acidente, as quais a deixaram paraplégica e incapaz de prover o próprio sustento e passaram a lhe exigir cuidados diários para a manutenção de sua saúde".>
O magistrado também determinou que, até uma decisão definitiva, o Airbnb terá de custear todas as despesas com tratamentos e medicamentos que forem comprovadas, com nota fiscal, por Daniella.>