Mar Grande: audiência pública discute travessia de lanchas nesta terça (5)

Reunião acontece após acidente com embarcação que deixou 19 mortos

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  • Tailane Muniz

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 08:55

- Atualizado há um ano

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Trezes dias após a lancha Cavalo Marinho I naufragar e deixar 19 pessoas mortas, em Mar Grande, no município de Vera Cruz, uma audiência pública discute, na manhã nesta terça-feira (5), a segurança das pessoas que fazem a travessia. Uma adolescente de 12 anos continua desaparecida desde o dia do acidente, ocorrido em 24 de agosto, na Baía de Todos os Santos.

A reunião pública, começa 9h, no Espaço Caravelas, no Centro de Mar Grande. Defensoria Pública, Ministério Público, Secretaria da Segurança Pública (SSP), Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), Capitania dos Portos, além de representantes das empresas das lanchas foram convocados pelo Movimento do Luto à Luta e Câmara dos Vereadores de Vera Cruz, organizadores da audiência.

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"O movimento [do Luto à Luta] vem a partir do sofrimento causado pela tragédia. A proposta [da audiência pública] hoje é pensar a qualidade dos serviços de transporte marítimo da Ilha de Itaparica. O que temos e o que teremos, em virtude de tudo o que aconteceu", explica o líder do Movimento do Luto à Luta, Moisés Palmeiras.

O encontro, porém, é apenas o início de uma luta que se estende há anos, de acordo com Palmeiras. "É um passo da gente analisar o que houve sob o ponto de vista dos nativos, que atravessam adiariamente não por alternativa, mas por necessidade. Esta é uma pauta da qual nos apropriamos há muito tempo. É o momento da população falar sobre o que pensa", diz. 

Carta-manifesto Embora tenha começado a ser planejada logo após o naufrágio, Moisés explica que além de reivindicações básicas, como vistorias técnicas nas embarcações e disposição de coletes salva-vidas, uma carta-manifesto foi escrita pelos integrantes do movimento, que se reunem diariamente.

"A carta vai ser lida depois da audiência. Nela, constam nossas urgências maiores. Todas são sugestões de nós, nativos que fazemos diariamente a travessia. Mas ela vai estar aberta para que novas coisas sejam agregadas durante a reunião", conta.

Palmeiras ressaltou, ainda, o fato de que os moradores de Mar Grande não desejam o fim da travessia das lanchas."A gente entende que as políticas locais nos impulsionam a precisar da travessia. É uma necessidade e é por isso que estamos aqui. Por pensar em fazer o uso que nós reivindicamos a segurança da viagem e mais acessibilidade para os deficientes, por exemplo", ressalta.

O prefeito da cidade, Marcus Vinícius (PMDB), ressaltou que é preciso que o serviço seja fiscalizado. "A audiência vem pra pautar que nós, que somos os usuários do sistema, de fato precisamos do sistema. Se trata de uma necessidade e a fiscalização e a regulamentação até agora inexistente precisar ser rápida, eficiente, mas sobretudo corresponder a nossa voz, aos nossos anseios".