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Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2022 às 13:25
Começou nesta segunda-feira (19) a Operação Mata Atlântica em Pé, ação do Ministério Público brasileiro voltada a combater o desmatamento e a recuperar áreas degradadas do bioma no país. Coordenada nacionalmente pelo Ministério Público do Paraná, a iniciativa ocorre simultaneamente nos 17 estados da Federação abrangidos por esse tipo de ecossistema, de forma conjunta entre os MPs e órgãos ambientais. Com o uso de sistemas de monitoramento das áreas via satélite, as equipes localizam e visitam propriedades em que há suspeita de desmatamento.>
Na Bahia, as ações de fiscalização estão sendo desenvolvidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) em diferentes regiões do Estado. O Inema atuará nas cidades de Itacaré, Uruçuca e Ilhéus.>
No início deste mês, o órgão já desenvolveu a operação 'Mata Adentro', para a proteção do Bioma Mata Atlântica, com ações em cidades das regiões Oeste e Sudoeste. O Ibama realizará fiscalizações nas regiões da Costa do Descobrimento e Costa das Baleias. O planejamento da operação teve o apoio da unidade regional de Eunápolis do órgão federal, que fez o levantamento dos maiores desmatamentos. Estão sendo fiscalizados desmatamentos recém-ocorridos, usando as mais recentes imagens de satélite disponíveis. >
As ações de fiscalização seguem até o dia 30 de setembro, quando serão contabilizadas as áreas vistoriadas e as infrações identificadas. Em sua quinta edição nacional, a Mata Atlântica em Pé é uma ação conjunta entre os Ministérios Públicos nos estados e demais órgãos ambientais envolvidos.>
Com o uso de sistemas de monitoramento das áreas via satélite, as equipes localizam e visitam propriedades em que há suspeita de desmatamento. Uma vez constatados os ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente – nas esferas cível e criminal – além das sanções administrativas relacionadas aos registros das propriedades rurais.>
Dados da edição mais recente do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, publicado em maio deste ano, mostra um aumento de 66% de redução do bioma em relação ao ano anterior. Foram 21.642 hectares de floresta nativa desmatada entre 2020 e 2021 – o equivalente a mais de 20 mil campos de futebol. No período de 2019 a 2020 o registro foi de 13.053 hectares.>
Comparando com a marca de 2017 a 2018, quando se atingiu o menor índice de desflorestamento da série histórica (11.399 hectares), o aumento deste ano chega a 90%.>
Outro dado trazido pela última edição do levantamento é o de que, no período 2020 a 2021, apenas dois estados apresentaram queda no desflorestamento, enquanto cinco unidades da Federação acumulam 89% de todo o desmatamento identificado: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, que, de acordo com as séries históricas, estavam próximos do fim do desmatamento, registraram altas no levantamento mais recente.>