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Yan Inácio
Publicado em 21 de maio de 2025 às 05:45
Instituições de ensino que oferecem a modalidade de Educação a Distância (EaD) precisarão se adaptar depois do anúncio da regulamentação da Nova Política de Educação a Distância nesta segunda-feira (19). >
Entre outras medidas, a lei proíbe cursos 100% presenciais e determina que as graduações em Direito, Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia só poderão ser ofertadas no formato presencial.>
Os demais cursos devem ser oferecidos na modalidade semipresencial: com 30% da carga horária em atividades presenciais físicas (estágio, extensão, práticas laboratoriais) e, pelo menos, 20% em atividades presenciais ou síncronas mediadas.>
Estudantes já matriculados em cursos EaD poderão concluí-los no formato previsto a partir do ato da matrícula, estão previstos dois anos para que as instituições se adequem às novas regras.>
Segundo dados do Mapa do Ensino Superior do Brasil, em 2023, na Bahia, 47% dos estudantes do ensino superior estavam matriculados em cursos na modalidade EaD. São 230.106 neste formato, contra 259.283 na modalidade presencial, ou seja, 53% das matrículas. >
Entre 2020 e 2023, o número de ingressantes no formato EaD cresceu 47,4%, enquanto o aumento percentual no mesmo período para os cursos presenciais cresceu menos de 1%.>
Além disso, dos 63,5 mil estudantes que concluíram uma graduação em 2023, pouco menos de 28 mil fizeram a distância. Entre os cursos apontados como mais procurados na modalidade estão Pedagogia, Administração e Enfermagem, com 72.794 matriculados. >
Janguiê Diniz, diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), aponta que o conjunto de exigências pode pressionar as instituições a aumentarem as mensalidades, retirando do EAD os principais diferenciais de acesso amplo e de baixo custo. >
Além disso, é preciso que o MEC se empenhe no monitoramento das instituições de ensino para garantir o objetivo principal do novo marco regulatório: aumentar a qualidade do ensino a distância. >
"Mudar as normas, por mais significativa que seja, não garante qualidade de ensino. O trabalho efetivo de avaliação dos polos e da supervisão é que pode vir a gerar uma oferta sólida e eficaz", conclui Janguiê.>
Além disso, o texto estabelece algumas outras mudanças. Nenhum curso poderá ser 100% a distância. Nos formatos à distância, pelo menos 20% da carga horária deverá ser cumprida presencialmente ou por atividades assíncronas. As provas devem ser presenciais.>
O decreto cria uma nova modalidade: a semipresencial. Entram na categoria os cursos que tiverem obrigatoriamente, além da parte on-line, atividades presenciais físicas, como estágio, extensão ou práticas laboratoriais.>
Os polos de EAD, que são espaços oferecidos pelas universidades fora do campus principal, precisarão seguir determinados critérios técnicos, com uma estrutura mínima oferecida aos estudantes (em termos de tecnologia e de disponibilidade de laboratórios, por exemplo).>