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Perla Ribeiro
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 16:05
A defesa do Criadouro Ararinha-azul informou que a Polícia Federal (PF) apreendeu celulares e computadores de funcionários da empresa, e que as aves permanecem no criadouro, aos cuidados dos colaboradores e sob a tutela do Estado. A PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em endereços localizados em Curaçá, no norte baiano, e em Brasília, no Distrito Federal, nesta quarta-feira (3). A ação faz parte da Operação Blue Hope, que investiga a disseminação de um vírus letal que contaminou 31 ararinhas-azuis, cuja espécie está ameaçada de extinção. >
Os mandados foram cumpridos por 30 policiais federais e foram autorizados pela Vara Federal da Subseção Judiciária de Juazeiro. A empresa alega que a primeira detecção do circovírus ocorreu em um filhote de ararinha-azul nascido em vida livre, e não em cativeiro. “O criadouro sempre atendeu todas as normas de biossegurança e ressalta que todas as 103 ararinhas que vivem no local estão recebendo os cuidados apropriados, com bom estado clínico geral. Também é importante assinalar que as ararinhas, como os demais Psitacídeos Tropicais, são especialmente resistentes ao circovírus”, informou o criadouro, por meio de nota.>
PF mira suspeitos de propagar vírus que contaminou ararinhas-azuis
No comunicado, o criadouro afirma ainda que: “no âmbito da investigação, serão apuradas e demonstradas a conduta regular e lícita do criadouro em todos os aspectos, uma vez que sempre seguiu rigorosamente todos os protocolos exigidos pelos governos brasileiro e alemão”. Eles ressaltaram ainda que mantém total tranquilidade em relação à operação sobre o circovírus no Brasil e acrescenta que a investigação já era esperada, pois foi o próprio criadouro quem comunicou a detecção do vírus a todos os órgãos ambientais, em maio de 2025. >
Para a empresa, o único ponto de divergência do criadouro com o ICMBio foi sobre a captura das ararinhas em vida livre, que apresentaram testes negativos. Eles alegam que a empresa entrou com uma ação na Justiça e conseguiu uma liminar para a suspensão da captura. Depois da manifestação do ICMBio, o juiz revogou a liminar e a notificação administrativa de captura foi cumprida no prazo de 20 dias pelo criadouro. >
Espécie ameaçada de extinção: ararinhas-azuis soltas na Bahia testam positivo para vírus letal
“Por fim, confiamos que as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal resultarão no completo esclarecimento dos fatos e, posteriormente, a idoneidade da empresa será reconhecida pela Justiça. Esperamos que, após as investigações, o projeto de criação, manejo e preservação da espécie no Brasil, de tamanha relevância para o meio ambiente, possa continuar.>