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Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2022 às 14:12
- Atualizado há 2 anos
Os professores da rede municipal de educação de Camaçari deflagraram greve geral em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (14). A categoria reivindica reajuste salarial, valorização profissional e melhoria estrutural das escolas.>
De acordo com o Sindicato dos Professores de Camaçari (Sispec), a categoria busca acordo com a gestão municipal desde fevereiro, no entanto, ainda não tiveram respostas - decidindo assim pela greve.>
"A gente vem há seis anos com reajuste quase zero e sem requalificação das escolas. A gente está reivindicando melhores condições de trabalho, valorização profissional e reajuste salarial linear, não só pra o piso, porque os seis anos sem reajuste achataram o piso da categoria", informou o Sispec.>
O piso nacional atual para professores é de R$ 3.845,63, após o reajuste federal 33,24%, mas, segundo o sindicato, a gestão municipal de Camaçari apenas nivela por baixo. Ainda segundo o sindicato, professores com especialização estão ganhando o mesmo que aqueles apenas com o magistério, o que cria um desequilíbrio entre as qualificações profissionais e desestimula a busca por especialização."Um professor precisa estudar o tempo todo e não estamos tendo a valorização que merecemos", declara o Sispec.A greve não tem prazo definido para seu fim, interrompendo a continuidade das aulas e afetando os mais de 37 mil alunos matriculados na rede municipal por tempo indeterminado. Contudo, a categoria espera que haja brevidade para as negociações com a prefeitura de Camaçari.>
Na sexta (15), os professores se reunirão em nova assembleia para definir as estratégias de reivindicação. Já foi definido, no entanto, que os professores irão acampar em frente à sede da prefeitura na próxima segunda-feira (18).>
Procurada, a prefeitura de Camaçari declarou que, ao tomar conhecimento do estado de greve, a Secretaria da Educação (Seduc) realizou uma reunião estratégica para conduzir a gestão desse momento a fim de minimizar os danos que a possível consolidação da greve geral possa causar à comunidade escolar.>
De antemão, a Seduc já assegura a realização de um trabalho com calendários especiais, mantendo a oferta das aulas nas escolas e com os profissionais que não aderirem ao estado de greve. >
Durante a reunião, um dos pontos considerados foi a configuração atual do calendário letivo de 2022, que prevê uma semana de recesso no mês de outubro, sem previsão de sábados letivos e finalização no mês de dezembro. Caso a paralisação se concretize, a Seduc assegura que todas as horas letivas estabelecidas serão cumpridas, seja por meio da instituição de sábados letivos ou da recomposição de aulas no mês de janeiro, se necessário. >
Também houve referência ao risco de comprometer a segurança nutricional dos estudantes, justamente em um momento que a Secretaria da Educação dá andamento à ampliação da inclusão do café da manhã nas escolas. "Por esses e outros aspectos de natureza pedagógica e social, a Seduc busca maneiras de garantir o direito de acesso ao serviço de ensino público e, de imediato, já começa a recepcionar manifestações de escolas da rede informando que não vão aderir ao estado de greve", afirmou em nota.>
Participaram da reunião, a secretária da pasta, Neurilene Martins, o presidente do Conselho Municipal de Educação, Juipurema Sandes, o diretor de Planejamento e Gestão da Seduc, Marcio Vila Flor, e representantes da Diretoria Pedagógica e do setor de Recursos Humanos da pasta.>