Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Produzido pela ONG Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto, o documentário 'Notícias de uma Tragédia Racial Subnotificada', lançado durante a VIII edição do CachoiraDoc, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, no último fim de semana, também será exibido em Brasília, nesta quarta-feira (13), em mais uma ação que visa pedir o Caso Cabula para ser analisado pela Justiça Federal. Em fevereiro de 2015, uma operação policial resultou em 12 mortos, na Vila Moisés, comunidade do bairro do Cabula, em Salvador.>
Ele faz parte de uma série de ações organizadas pelo Reaja e outras entidades ligadas aos Direitos Humanos que tentam retomar o julgamento dos policiais envolvidos no massacre. Eles foram absolvidos e o caso foi arquivado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CORREIO teve acesso ao documentário na íntegra:>
Além das mortes na Vila Moisés, o documentário narra outros casos de violência durante ações policiais em bairros periféricos de Salvador. Segundo o representante do Reaja, Hamilton Borges, o material será usado também para convencer o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a federalizar o Caso Cabula, ou seja, retirar o processo das mãos da justiça baiana para que ele seja julgado por uma Corte superior. >
"O processo está com o relator do caso, e tem todos os requisitos para ser federalizado. O documentário trata da violência que é praticada todos os dias nas comunidades e o que aconteceu no Cabula é um exemplo dessas ações. Ele será exibido durante o seminário, em Brasília", afirmou Borges. O Seminário “Federalização do Caso Cabula – Desafios e Perspectivas”, será realizado no Auditório do Prédio do Instituto de Ciências Sociais/ICS, em Brasília, às 14h, nesta quarta-feira (13). No mesmo dia, os representantes do Reaja e familiares das vítimas vão se reunir com deputados da comissão de Direitos Humanos da Câmara para discutir o assunto.>
O caso Em operação realizada na noite de 5 de fevereiro e madrugada de 6 de fevereiro de 2015, nove policiais militares integrantes da Rondas Especiais (Rondesp) entraram na Vila Moisés e atiraram contra um grupo de pessoas concentrado no local, fazendo 18 vítimas - 12 mortos e seis feridos. As perícias mostraram que foram 143 disparos feitos pelos policiais, 88 deles certeiros, e apenas um policial ferido de raspão. No entendimento do Ministério Público, que denunciou os policiais, o que ocorreu no local foi um massacre.>
[[publicidade]]>