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Rota de fuga: estrada é saída pra driblar ferry-boat no feriadão

A viagem é mais cara e mais demorada, mas para evitar a dor de cabeça e a dúvida sobre as saídas dos ferries, vale a pena pegar a estrada

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  • Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 09:22

 - Atualizado há 2 anos

Lais Vita | Redação CORREIO

Há muito tempo, quem precisa fazer a travessia Salvador-Ilha de Itaparica através do sistema ferry-boat enfrenta todo tipo de problema e confusão. E a manhã de ontem não foi diferente, nem mesmo para quem embarcou no moderno ferry Ivete Sangalo, resultado de um investimento de R$ 35 milhões e que conta com menos de três anos de uso.

Há muito tempo que usuários do sistema ferry-boat enfrentam problemas na travessiaOs passageiros que esperavam atravessar o trecho da Baía de Todos os Santos em direção ao terminal de Bom Despacho, em Itaparica, nos 30 minutos usuais, tiveram que ter paciência durante quase duas horas no mar. Isso em razão de uma falha técnica que deixou a  embarcação - com capacidade para 610 passageiros (110 na classe executiva) e 74 veículos - a ver navios.  De acordo com a assessoria da TWB, concessionária responsável pelo serviço, o problema foi causado porque uma trava que conecta o motor à hélice do barco soltou e teve que ser reparada em alto-mar. Para isso, o Ivete Sangalo precisou ficar paralisado para um conserto paliativo que desse condições seguras de retorno ao terminal.Segundo passageiros, o ferry-boat saiu de Salvador no horário previsto, às 7h, mas com menos de 10 minutos de viagem um estrondo vindo da casa de máquinas foi seguido pela redução brusca na velocidade. Por volta das 7h40, a embarcação parou de vez e ficou à deriva por cerca de 25 minutos. O jovem casal Danúbia e Edvaldo preferiu adiantar a ida para a Ilha pensando em “fugir do sufoco que serão esses dias de feriado”, e agora diziam estar arrependidos por ter de enfrentar uma travessia “chata, problemática, feita apenas por dois ferries e que está cada vez pior”.De acordo com relatos, a instabilidade da embarcação e a falta de informações causou muita tensão entre os que estavam a bordo. Crianças e idosos passaram mal e a única e vaga informação recebida foi prestada por uma tripulante, que confirmou a existência de um problema técnico e disse que “quando der, continuaremos a viagem”. ProblemasNos últimos 15 dias, três ferries ficaram à deriva durante a travessia. No dia 7 de abril, a embarcação Maria Bethânia apresentou falhas técnicas e ficou parada por 15 minutos e, na sexta-feira (15), o ferry Pinheiro encalhou em um banco da areia da Ilha de Itaparica por cerca de duas horas.De acordo com Eduardo Pessôa, diretor executivo da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), órgão responsável pela fiscalização do serviço da TWB, “uma coisa dessas acontecer com um barco novo como o Ivete Sangalo é culpa da falta de manutenção”. Segundo o diretor, a TWB já foi autuada, multada e notificada para cumprir todas as manutenções preventivas, mas não as tem feito. “Medidas sérias serão tomadas pelo governo. Não vamos ficar na mão de uma empresa que não tem seriedade”, diz Pessôa.MultasSó este ano, a TWB já recebeu 66 multas, o que totalizou um valor de R$ 203 mil, mas nenhuma foi julgada ainda. Quando é notificada, a TWB tem 15 dias para apresentar a defesa ou pagar o valor. Se isso não for feito no prazo estabelecido, o valor é cobrado com juros de 1% ao mês. Se o pedido da defesa não for acatado, cabe ainda à TWB recorrer, mas não tem um prazo para ser julgado pela comissão de julgamento da Agerba. Em até 40 dias, a concessionária será submetida a uma auditoria financeira, operacional e contratual para definir o que não está sendo cumprido e o que deve ser feito a partir do que for encontrado. “Temos um contrato de 25 anos estabelecido entre o governo  e a empresa e nele está previsto que a cada cinco anos haja um realinhamento contratual”, diz Pessôa.Segundo o diretor, a auditoria pode resultar em diversas sanções, que podem levar, inclusive, à quebra contratual. “Todas as possibilidades estão sendo consideradas e tudo vai depender do resultado da auditoria. Não queremos um embate com a TWB e sim solucionar esse problema”, afirmou ele. Devido aos problemas apresentados, apenas duas embarcações circularam durante o dia de ontem, já que os ferries Pinheiro e Ivete Sangalo ainda não foram liberados pela vistoria da Capitania dos Portos. Para a Semana Santa, a expectativa é que os quatro ferries estejam funcionando em regime bate e volta, mas isso ainda depende do parecer da Marinha, que deve ser emitido ainda hoje.

Estrada é saída pra driblar ferryA viagem é mais cara e mais demorada, mas para evitar a dor de cabeça e a dúvida sobre as saídas dos ferries, a alternativa  é chegar à Ilha pela estrada mesmo. Quem optar por driblar o ferry-boat tem que dar toda a volta na Baía de Todos os Santos, o que pode levar entre entre três horas e três horas e meia, dependendo do trânsito e da rota escolhida. Para quem sai de Salvador, há dois caminhos possíveis.  O mais comum soma 278 quilômetros de estrada e começa pela BR- 324, até o entroncamento de Conceição de Jacuípe. Em seguida. o motorista emenda na BR-101, até Santo Antônio de Jesus, pega a BA-028 até Nazaré das Farinhas e, por último, a BA-001, que liga Nazaré à Ilha. Outra opção é ir de Salvador até Cachoeira, pela Estrada de Santo Amaro,  seguindo por Maragogipe  e, de lá, para Nazaré para pegar a Ponte do Funil que faz a ligação com a Ilha de Itaparica. Esse segundo trajeto tem cerca de 220 quilômetros. O custo estimado com  combustível é entre R$ 50 e R$ 70, dependendo do trajeto.

Opinião: Pesadelo com Ivetepor Welter ArduiniEram 7h da manhã, quando o Ivete Sangalo, uma das duas mais modernas embarcações do ferry-boat, partiu de São Joaquim. Sete minutos depois e um estrondo, vindo da casa das máquinas, assusta a todos e resulta numa brusca redução de velocidade. Começava aí uma série de informações desencontradas, pedidos de compreensão e uma cansativa travessia. Com a velocidade muito abaixo do normal,  o ferrie em nada lembrava a musa que o batiza. Não navegava, capitulava.  Avançando de forma cada vez mais lenta,  parecia ter optado pelo ritmo compassado do afoxé  Filhos de Gandhy. Chega na cabine de comando, pelo rádio, a ordem do chefe da casa das máquinas: “Manetes zerados”. Eram 7h41 e o último dos quatro manetes (acelerador de motor) subia para a posição indicada e o Ivete Sangalo ficou inerte. Ficamos à deriva. De fora da cabine se ouvia passageiros gritando: “Vamô remá!, chama o guincho!”. O  comandante Edvaldo Silva, que - educadamente - já havia me respondido que nada podia dizer sobre o que ocorria  na casa das maquinas, tinha outra preocupação. Alguém, alertou - à meia voz - mas de forma conduntente: “A vazante. Se continuarmos aqui ela vai nos empurrar abaixo do ponto de atraque”. O desconforto com minha presença só foi quebrado quando a  jovem Thais (convocada para emprestar sua voz e dar informações) se postou diante do microfone e mandou seu recado: “Estamos tentando solucionar o problema, fiquem à vontade (sic), e quando der continuaremos a viagem”. Não foi o que todos esperavam ouvir e, por longos 24 minutos, o que se viu foram crianças e idosos mareados e em puro desconforto. Foram minutos de indignação, até que, às 8h05, retomamos nossa lenta e modorrenda viagem. Atracamos exatamente às 8h45 em Bom Despacho... Será que não é isso que está faltando para a equipe da TWB?