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Saiba por que mesmo com o Não Me Perturbe você continua recebendo ligações indesejadas

Sistema do Governo Federal bloqueia ligações de telemarketing e instituições financeiras que aderiram ao programa

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 4 de julho de 2025 às 06:00

Ao longo de cinco anos, o número de queixas na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por recebimento de ligações indesejadas registrou um crescimento superior a 1000% (mil por cento) ao saltar de 16 denúncias registradas em 2020 para 297 em 2024. Embora o aumento seja expressivo, a quantidade total de baianos insatisfeitos com chamadas spam, que atrapalham a rotina e causam prejuízos, ainda é incalculável. Sabe-se que, apesar das ferramentas disponíveis, como o Não Perturbe, a inconveniência persiste.

A comunicadora Yasmim Oliveira, 23 anos, conta que já tentou de tudo e agora passou a tomar a atitude drástica de manter o celular no silencioso para não ser incomodada. “Já coloquei meu número no site que diz bloquear, mas depois que abri o MEI parece que eles ignoraram completamente o bloqueio e voltaram a ligar atrás de mim e da minha mãe. É um incômodo constante”, desabafa.

O mesmo ocorre com a estudante Sarah Anjos, 23, que já se acostumou a receber pelo menos três ligações de telemarketing abusivo durante o dia. “Já coloquei no Não Perturbe, mas continuam ligando por outros números. Perco tempo tendo que recusar, às vezes estou impaciente e atendo, então perco mais tempo ainda para dizer algo. Às vezes, oferecem crédito consignado, às vezes é golpe. Também me ligam perguntando de outra pessoa que não sou e não conheço”, relata.

No caso da comunicadora Catiane Magalhães, a insistência das chamadas deixou de ser um mero incômodo para se tornar uma questão de saúde. “Eu desenvolvi um transtorno que eu fico altamente ansiosa e nervosa quando ouço barulhos como notificação e toque de celular. Tudo começou com o celular e avançou para sons pequenos, que me incomodam profundamente. Eu era uma pessoa normal até me ligarem demais. Agora, faço muita terapia”, diz.

Não Me Perturbe: por que não dá fim às ligações indesejadas?

Adriana Menezes, diretora de Atendimento e Orientação ao Consumidor da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon-BA), explica que o Não Me Perturbe, que é uma lista nacional para quem não deseja receber ligações de telemarketing de empresas cadastradas dos setores de telecomunicações, não costuma apresentar falhas.

Ela aponta duas causas para o sistema do Governo Federal não ser capaz de dar fim às ligações indesejadas. “Em primeiro lugar, existe um prazo de 30 dias para efetivamente ser bloqueado o número indesejado na plataforma, o que pode gerar a sensação de que o número informado não foi bloqueado”, afirma.

“Aliado a isso, existem muitas empresas que usam ‘robôs’ ou outros mecanismos para mascarar seus números de telefones e aparentar que se trata de outras ligações. Neste caso, é importante que o consumidor bloqueie todos os números indesejados seja no seu aparelho, seja na plataforma”, ressalta Adriana.

Outra razão para continuar recebendo ligações indesejadas após fazer cadastro no Não Me Perturbe se deve ao fato de que apenas os maiores bancos e empresas de telecomunicações aderiram formalmente ao programa. Já empresas de vendas, marketing e até golpistas continuam realizando chamadas, ignorando a lista de bloqueio, sem sofrer consequências imediatas.

Além disso, muitos desses agentes se valem de uma prática conhecida como spoofing, que consiste em falsificar o número e o endereço exibidos no identificador de chamadas. Com isso, conseguem driblar os sistemas de bloqueio e dificultar a aplicação de punições por parte da Anatel.

Como ainda não há uma regulação das ligações de telemarketing e um controle mais rigoroso sobre o acesso de empresas a dados pessoais sensíveis, as formas para amenizar o incômodo consistem em medidas paliativas. “Além do Não Perturbe, [é recomendado] realizar o bloqueio de números considerados como spam do seu celular, utilizar aplicativos de bloqueio e, em casos extremos, procurar ajuda de órgãos de defesa do consumidor”, finaliza Adriana Menezes.