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Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2019 às 15:44
- Atualizado há 2 anos
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nessa quinta-feira, 21, que o número escolhido para o Aliança Pelo Brasil, seu novo partido, foi o 38. "Eu acho um bom número, tínhamos poucas opções, mas acho que o 38 é um número mais fácil de gravar", afirmou o presidente em sua "live" semanal no Facebook.>
O número, no entanto, já foi "escolhido" por outra sigla em formação: o Partido Militar Brasileiro, que está em fase final de criação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Não vamos abrir mão do número, quem conseguir homologar primeiro fica com o 38", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o deputado Capitão Augusto (PL-SP), articulador da nova legenda. Augusto é o coordenador da bancada da bala na Câmara dos Deputados.>
O parlamentar explica que a escolha do número - uma referência ao calibre de um dos revólveres mais utilizados no Brasil, popularmente chamado de "três oitão" - foi feita por meio de uma enquete entre apoiadores. "Ganharam o 38 e o 64", contou Augusto, dizendo que a outra opção de número foi uma homenagem a 1964, ano de instauração da Ditadura Militar (1964-1985) no Brasil, que o deputado chama de "revolução que salvou o País do comunismo". "Se o partido do presidente pegar o 38 primeiro, ficamos com o 64", afirmou.>
O Partido Militar Brasileiro chegou a ser procurado, conforme mostrou o Estado, por emissários de Bolsonaro como possível destino do presidente e seus aliados em meio ao racha no PSL, pelo qual o presidente se elegeu em 2018.>
O pedido de criação foi protocolado em fevereiro de 2018. Segundo o tribunal, o PMB ainda se encontra na fase de coleta de assinaturas de apoio. Pela legislação eleitoral, um partido precisa atingir 491.967 assinaturas em, pelo menos, nove Estados diferentes.>
Quanto ao número da legenda, o TSE explica que "é escolhido no momento em que, uma vez superada a fase de coleta de assinaturas, é protocolado no TSE o respectivo Requerimento de Registro de Partido Político". "Esse número deve ser escolhido dentre os números de 1 a 99 que ainda não estejam sendo usados por outros partidos já registrados", diz o tribunal.>
Deus, armas e oposição ao comunismo O ato de fundação da Aliança pelo Brasil, exigência legal para que a legenda seja registrada pela Justiça Eleitoral, foi marcado nessa quinta-feira por discursos em defesa de Deus e do uso de armas, além de ataques a movimentos de esquerda e a antigos aliados, como o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).>
Para ser registrado oficialmente e poder disputar eleições, ainda será necessária a coleta de 500 mil assinaturas, em pelo menos nove Estados. O prazo para que o partido seja registrado a tempo de concorrer nas eleições municipais do ano que vem é apertado e termina em março. A expectativa é de que o presidente da República possa ser o principal fator de mobilização para conseguir os apoios necessários.>