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Carol Neves
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 11:24
O pastor Silas Malafaia afirmou na noite desta quarta-feira (20), após ser alvo de uma operação da Polícia Federal, que não pretende se calar diante das investigações. A ação ocorreu no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde ele desembarcava vindo de Lisboa, Portugal. >
"Vai ter que me prender para me calar", declarou o pastor evangélico à imprensa, ainda no saguão do aeroporto. Segundo Malafaia, ele está sendo vítima de um ataque por exercer sua liberdade de expressão como líder religioso. "Vergonha o que estamos assistindo no Brasil", disse. "Sou líder religioso, não bandido nem moleque.">
Durante a operação, agentes da PF apreenderam o celular do pastor. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ele também está proibido de deixar o país e de manter contato com outros investigados. As medidas fazem parte do inquérito que apura uma suposta tentativa de obstrução de investigações relacionadas à trama golpista liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.>
As investigações apontam que Malafaia atuava em alinhamento com Bolsonaro para pressionar ministros do Supremo. Uma das mensagens interceptadas mostra o pastor orientando o então presidente a adotar uma postura de confronto diante do STF.>
"Dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa. Ainda pode usar o argumento: NÃO VER SANÇÕES CONTRA MINISTROS DO STF E SUAS FAMÍLIAS. Eles se cagão [sic] disso", escreveu Malafaia a Bolsonaro.>
Em outra declaração à imprensa após a operação, o pastor criticou o vazamento das conversas: "Que país é esse que vaza conversas minhas particulares como se eu instruísse Eduardo. 'Olha, faz assim ou faz assado'. Quem instruiu, eu? A posição de Eduardo é dele! É uma vergonha! Que país é esse? Que democracia é essa? Eu não vou me calar! Vai ter que me prender pra me calar!".>