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Brasil registra três novos casos por hora e alcança recorde
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2020 às 18:06
- Atualizado há um ano
No início do mês de março, dados do Ministério da Saúde revelaram que, em 2018, o Brasil havia registrado um número recorde de casos de abuso sexual contra crianças: 32 mil. Na última sexta-feira, o humorista Marcelo Adnet, 38, deu rosto aos números e relatou que foi abusado sexualmente duas vezes: aos sete anos e aos 11 anos.
Após relatar em entrevista à revista Veja, Adnet foi alvo de ataques nas redes sociais. “Só assim mesmo pra esse bosta aparecer! Deve ter gostado de dar a bunda, daqui a pouco se assume”, escreveu um homem identificado como Fabricio Diniz.
Adnet respondeu. “Alô Marinha do Brasil, seu membro acaba de exaltar estupro contra menores. Alguma providência? Obrigado, no aguardo”, disse
A Marinha do Brasil, por sua vez, se pronunciou no Twitter, garantindo que "repudia qualquer atitude que ofenda a dignidade humana e a ética. "Procedimento administrativo foi aberto para apurar os fatos em questão e adotar as medidas administrativas decorrentes".
O relato de Adnet à Veja supreendeu fãs e amigos do humorista. “O caseiro do lugar onde eu passava as férias começou a se aproximar de mim e pedir favores. Ele me chantageava dizendo que, se contasse algo a qualquer pessoa, meu cachorro morreria", contou, reconhecendo a ingenuidade.
“Um dia, quando só estávamos eu e ele em casa, foi para cima de mim. Senti uma dor imensa, mas durou pouco porque meus parentes, que tinham ido ao mercado, voltaram para buscar a carteira. Mais tarde, o pesadelo se repetiu com um amigo mais velho da família”, relembrou. Adnet disse ainda que a prática sexual não se consumou da segunda vez, mas que o abusador o beijou e passou a mão pelo corpo. “Foram dois episódios difíceis”, revelou, afirmando ter sido a terapia uma aliada para superar o trauma.
O humorista também recebeu mensagens de diversos internautas que também disseram ter vivido situações de abuso. "Pra mim foi superado, faz tempo e durante essas décadas pude quase entender o ocorrido. O que dá raiva é ver algumas pessoas “de bem” atacarem a vítima e fazerem chacota de abuso contra criança. Esses têm que pagar também. Pois ajudam na engrenagem do abuso", disse