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Carol Neves
Publicado em 16 de abril de 2025 às 11:24
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, enfrenta uma crise de segurança após um assassinato dentro do campus e uma série de ameaças nazistas. Com aulas suspensas até 28 de abril, estudantes relatam medo de frequentar a instituição e acusam a reitoria de negligência. >
O clima de tensão começou com o assassinato de Keine Santos Diniz, 41, dono de uma copiadora no campus, no dia 4 de abril. O atirador, Flávio Medeiros, ex-namorado da companheira de Diniz, entrou armado na Central Acadêmica Paulo Freire, efetuou seis disparos e deixou o local sem ser interceptado. Horas depois, Medeiros cometeu suicídio em uma delegacia. "Foi aterrorizante", contou ao Uol uma aluna que presenciou o crime. "Só me senti segura quando cheguei em casa." >
Poucos dias antes do homicídio, suásticas e frases como "Nós vamos à caça" e "Negros malditos queimem!" apareceram pichadas nas paredes da universidade. Adesivos "anti-antifascistas" também foram colados sobre artes feministas. Um estudante de biologia de 19 anos, identificado como skinhead e frequentador de grupos neonazistas, está sendo investigado pela Polícia Federal a pedido do FBI. >
A comunidade acadêmica cobra respostas. "Não posso garantir que eu esteja lá [no campus], mas não porque eu não queira", disse um aluno negro que tem se sentido inseguro. Um professor, que preferiu não se identificar, descreveu o ambiente como "terra de ninguém". >
Em nota, a UEPB afirmou que enviou provas às autoridades e anunciou medidas como detectores de metal, iluminação em LED e rondas policiais. A promessa é que os novos protocolos comecem em 28 de abril. Enquanto isso, um abaixo-assinado por mais segurança já ultrapassou 5 mil assinaturas. >