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Carol Neves
Publicado em 13 de março de 2025 às 07:54
Um foragido da Justiça desde 2007 conseguiu ser aprovado em um concurso para investigador da Polícia Civil de São Paulo, incluindo a prova de investigação social, que avalia a idoneidade e a conduta moral dos candidatos. Essa etapa verifica antecedentes criminais, envolvimento com atividades ilícitas e até parentesco com criminosos, garantindo que o perfil do candidato seja adequado para o cargo. A Polícia Civil diz que pela condenação não estar transitada em julgado, o candidato não podia ser excluído do certame (leia mais abaixo). >
Segundo reportagem do Uol, além de passar na investigação social, Cristiano Rodrigo da Silva, de 40 anos, obteve 52 pontos no exame escrito, com destaque para a prova de noções de direito, onde alcançou 17 pontos. Ele também somou 5 pontos em noções de informática, 6 em lógica, 13 em língua portuguesa e 11 em criminologia.>
No entanto, sua trajetória no concurso foi interrompida no dia 10 de março, quando compareceu à Academia da Polícia Civil, no Butantã, para a prova oral. Lá, foi preso após denúncia que revelou seu mandado de prisão preventiva, emitido há 17 anos pela Vara do Júri de Mairiporã.>
Cristiano era procurado por homicídio e roubo desde novembro de 2007. Ele e um comparsa foram acusados de assassinar o comerciante José Roberto Nogueira Ferreira, em 9 de novembro de 2006. A dupla clonou uma viatura da Polícia Civil e se passou por investigadores do 46º Distrito Policial (Perus). Eles abordaram Ferreira, roubaram seu Fiat Fiorino, o algemaram e o levaram para Mairiporã, onde foi executado com tiros na cabeça. O veículo da vítima foi incendiado. O comparsa de Cristiano foi preso e condenado a 14 anos e nove meses de prisão, enquanto Cristiano permaneceu foragido até sua captura durante o concurso.>
Agora preso, Cristiano aguarda audiências de instrução e pode ser julgado ainda este ano. >
A Polícia Civil de São Paulo informou que o caso de Cristiano ainda não transitou em julgado, e por isso ele não podia ser excluído do processo. Como ele foi preso após ser descoberto o mandado de prisão, ele não conseguiu continuar participando da seleção. Leia a nota:>
A Polícia Civil esclarece que, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a investigação social não pode ser usada para excluir um candidato de processo seletivo, a não ser no caso da pessoa ter contra si uma sentença condenatória transitada em julgado, o que não era o caso. Após ser identificada na análise social a existência de mandado de prisão contra o candidato, ele foi preso, ficando impedido de realizar a etapa seguinte, o que resultou em sua desclassificação.>