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Moyses Suzart
Publicado em 16 de outubro de 2025 às 10:01
Até que ponto vale se aventurar para outro país sem grana? O risco é iminente de dar errado, mas história com certeza não vai faltar para contar. Em entrevista ao podcast Charla Cast, o ator, roteirista e diretor do Portas do Fundo Leandro Ramos conta como conseguiu uma passagem aérea para a África do Sul por R$ 700, ida e volta. O barato, no entanto, quase sai caro. >
“Achei uma passagem para a África do Sul, 700 reais ida e volta. Aí veio o ticket, Angola Airlines, não conhecia. Quando eu embarquei, que eu entrei, que eu sentei, tava tudo quebrado. Aí eu comecei a reparar no avião, a ponta de carpete do estofado pra fora, aí eu olhei... Parecia que alguém tinha lutado pela vida ali. O avião estava parecendo um Chevette 92”, lembra o ator famoso pelo personagem Julinho da Van, no Choque de Cultura. >
Ele sobreviveu ao voo, mas o risco não havia acabado no ar. Sem grana para safáris mais, digamos, ‘seguros’, fez um a pé vendo os leões de pertinho. Só a título de comparação, o que ele fez é a mesma coisa de conhecer um tubarão branco nadando. >
“Eu também estava com pouca grana, e o safári mais barato que tinha era o de um maluco chamado African Foot. Ou seja: era um safarizinho a pé. No primeiro dia, o guia dá um briefing: ‘vamos andar em fila indiana. Se quiser tirar foto, peça pra parar e todos param. Não pode sair da linha, porque os predadores enxergam a gente como uma manada. Se você se afastar, eles acham que está machucado, que virou presa’. E nem adiantava correr. Na savana, só o que corre é comida. Se o leão corre atrás de você, não tem mais o que fazer”, lembra Ramos, dizendo que o guia, para completar, ainda mostrou a batata da perna comida por um predador. “pisou no rabo de um leopardo, sei lá. Ele disse que deu mole”, completa.>
E pra dormir? O ator brasileiro disse que dormiu em um chalezinho com portas finas que qualquer bicho poderia entrar com facilidade. Inclusive, em uma das noites, os guias pediram para ninguém sair, pois um grupo de hienas estava rondando o lugar. >
“Dentro do quarto tinha um spray desses de buzina para tocar em caso de emergência. O guia falou: ‘eu vou dar o exemplo de uma emergência. Se vocês acharem uma aranha, não é uma emergência. Se a aranha pica você, é uma emergência’. Entrei para dormir. Dez minutos depois, a buzina gritando. Pronto, alguém foi picado. Uma mulher entrou pra dormir e embaixo do travesseiro tinha uma mamba negra (uma das cobras mais venenosas do mundo). Não mordeu a mulher, só que ela entrou com dois filhos, tinha uma cobra, ela entrou em desespero”, completa.>
Leandro Ramos e sua aventura na áfrica