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Alzheimer: baixa escolaridade agrava o declínio cognitivo

Exame de sangue  brasileiro atinge 90% de precisão no diagnóstico da doença e podem levar teste inédito ao Sistema Único de Saúde

  • Foto do(a) author(a) Flavia Azevedo
  • Flavia Azevedo

Publicado em 16 de outubro de 2025 às 08:44

Alzheimer
Alzheimer Crédito: Shutterstock

Pesquisadores brasileiros confirmaram que um simples exame de sangue pode detectar o Alzheimer com precisão acima de 90%, segundo estudos apoiados pelo Instituto Serrapilheira. Os testes, realizados com 59 pacientes, apresentaram desempenho equivalente ao “padrão ouro” — o exame de líquor, considerado o método mais confiável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O avanço é resultado de pesquisas conduzidas na UFRGS e em parceria com o Instituto D’Or e a UFRJ, sob liderança dos professores Sérgio Ferreira, Fernanda De Felice e Fernanda Tovar-Moll, que chegaram a conclusões idênticas. “São duas regiões diferentes do país, com genética e características socioculturais completamente distintas, e o exame funcionou muito bem”, destacou o pesquisador Eduardo Zimmer, da UFRGS.

[Edicase]Hábitos simples podem contribuir para prevenir o Alzheimer (Imagem: Krakenimages.com | Shutterstock) por Imagem: Krakenimages.com | Shutterstock

O diagnóstico precoce do Alzheimer é hoje um dos maiores desafios de saúde pública global. A OMS estima que 57 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo 60% com Alzheimer. No Brasil, o Relatório Nacional sobre Demência de 2024 aponta 1,8 milhão de casos, número que pode triplicar até 2050.

Os estudos também revelam que a baixa escolaridade agrava o declínio cognitivo. “Ela é um fator de risco mais importante que idade ou sexo. O cérebro exposto à educação formal cria mais conexões, o que o torna mais resistente ao declínio”, explicou Zimmer.

Atualmente, exames semelhantes já estão disponíveis na rede privada, como o americano PrecivityAD2, vendido no Brasil por até R$ 3,6 mil. O objetivo dos pesquisadores, porém, é desenvolver uma versão nacional e gratuita, acessível pelo SUS.

Para isso, será preciso comprovar a eficiência do exame em larga escala e definir uma estratégia de implementação. “Precisamos entender onde as análises serão feitas, quem será beneficiado e se o teste vai acelerar o diagnóstico no SUS”, detalhou Zimmer.

Os resultados definitivos devem sair em dois anos, e os próximos estudos incluirão pessoas com mais de 55 anos, fase considerada pré-clínica da doença. “É quando a doença começa a se instalar, mas ainda não há sintomas. Queremos mapear essa etapa também”, acrescentou.

De acordo com o Instituto Serrapilheira, os resultados foram publicados na revista Molecular Psychiatry e reforçados em revisão internacional divulgada em setembro, na Lancet Neurology.

Siga no Instagram: @flaviaazevedoalmeida

Por Flavia Azevedo, com agências