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Carol Neves
Publicado em 10 de julho de 2025 às 09:14
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota nesta quarta-feira (9) pedindo uma resposta "firme e estratégica" do governo brasileiro ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros.>
A decisão americana gerou forte reação entre os parlamentares ligados ao agronegócio, que demonstraram preocupação com os efeitos da medida sobre a economia brasileira. “Diante desse cenário, a FPA defende uma resposta firme e estratégica: é momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações”, afirma o comunicado.>
A bancada do agro alerta que a nova tarifa representa um sinal de desequilíbrio nas relações comerciais e políticas entre os dois países. Para os parlamentares, a medida terá impacto direto no setor produtivo, afetando o câmbio, encarecendo insumos importados e prejudicando a competitividade das exportações nacionais.>
Além de defender uma reação estratégica, a FPA reiterou a importância do diálogo bilateral. “A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”, conclui a nota.>
Carta de Trump>
A medida de Trump foi formalizada por meio de uma carta enviada ao governo brasileiro. No documento, o presidente americano cita o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e críticas do Supremo Tribunal Federal a plataformas digitais dos EUA, como o Rumble.>
“As tarifas entram em vigor no dia 1º de agosto”, afirma o texto. A elevação das alíquotas, segundo Trump, responde a “ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos”.>
O presidente americano também classificou o julgamento de Bolsonaro como uma "caça às bruxas" e afirmou que o ex-presidente foi tratado de forma vergonhosa. “A maneira como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”, escreveu.>
A resposta do governo brasileiro veio em forma de reunião emergencial convocada pelo presidente Lula. O chanceler Mauro Vieira foi o primeiro a chegar ao Palácio do Planalto, seguido pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Rui Costa (Casa Civil).>