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Bandidos fortemente armados e resgate de policiais feridos: imagens mostram bastidores da operação no Rio

Imagens mostram criminosos vestidos de roupas pretas ou camufladas aguardando a chegada da polícia no alto do morro.

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 15:30

Bandidos fortemente armados e resgate de policiais feridos: imagens mostram bastidores da operação no Rio
Bandidos fortemente armados e resgate de policiais feridos: imagens mostram bastidores da operação no Rio Crédito: Reprodução/TV Globo

Ainda era de madrugada de terça-feira, 28 de outubro, quando 2,5 mil policiais civis e militares chegaram aos complexos da Penha e do Alemão, na zona Norte do Rio de Janeiro. Imagens mostram criminosos vestidos de roupas pretas ou camufladas, fortemente armados, aguardando a chegada da polícia no alto do morro.

À medida que os agentes avançavam, o tiroteio se intensificava. As cenas são da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro na última semana e as imagens foram exibidas, com exclusividade, pelo Fantástico, na TV Globo. magens exclusivas feitas pela inteligência da polícia mostram que, à medida que o tiroteio avançava, os bandidos corriam para se esconder no topo da mata da Serra da Misericórdia.

Moradores recolhem corpos na zona norte do Rio de Janeiro por Tomaz Silva/Agência Brasil

Enquanto os bandidos fugiam, a polícia avançava por várias entradas dos complexos. Equipes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), entraram pelo Complexo do Alemão e fizeram uma barreira na mata que dá acesso ao Complexo da Penha.Já o Batalhão de Choque entrou pela Vila Cruzeiro, uma das favelas do Complexo da Penha. Do outro lado entraram os agentes da Polícia Civil.

A imersão foi acompanhada por dois repórteres cinematográficos independentes que se especializaram na cobertura de operações policiais no Rio de Janeiro: Marcello Dórea e Jadson Marques. "A polícia ia progredindo e tiro por tudo que é lado. Nunca vi tanto tiro na minha vida", afirmou Marcello, em entrevista ao Fantástico.

O repórter cinematográfico Jadson presenciou um dos momentos mais dramáticos da operação: quando policiais civis tentavam resgatar o delegado Bernardo Leal, baleado na perna. Os agentes precisaram quebrar a parede de uma casa, já que era impossível sair do beco onde estavam. O delegado foi levado em uma moto em busca de atendimento médico.

“Quando conseguiram tirar o delegado, tiveram que improvisar um pedaço de madeira, amarrar um tipo de tipoia, que eles dão o nome, na perna, para poder tentar amenizar o ferimento. Mesmo assim, os tiros não paravam. Continuavam os tiros, no meio do resgate”, contou Jadson.

Do outro lado, no alto do Complexo da Penha, o drone da polícia registrou mais um confronto. Um grupo de seis policiais se aproximavam da mata quando se deparararam com um grupo de bandidos e foram atacados com dezenas de tiros. Dois policiais caíram no chão e se arrastaram para se proteger; um deles foi ferido na mão e o outro na barriga.

Imagens mostram o momento que o agente Rodrigo Cabral chega para socorrer um colega. Segundos depois de entrar na mata, eles foram atacados novamente. Rodrigo é atingido por um disparo na cabeça e policiais do Bope precisam rastejar para conseguir chegar até o corpo e resgatá-lo. Rodrigo morreu no local.

Já passava das duas da tarde quando a equipe de policiais que Jadson acompanhava chegou a uma casa onde um grupo de criminosos estava escondido. Os policiais do Choque descobriram que eles estavam ali escondidos e negociaram para se entregar. Eles não queriam se entregar. Eu fui lá e conversei um pouco com eles: ‘Irmão, eu sou jornalista, estou aqui, vou registrar tudo, pode se entregar’. Aí eles, sim, se entregaram. Eles começaram a sair de um a um”, contou Jadson.

Um vídeo gravado pelos criminosos mostra o momento da rendição: “Nós vai descer. Qual é, rapaziada, um atrás do outro, ninguém com nada. Tá geral sem camisa, pegou a visão? Tá geral sem camisa, nós vai descer aqui devagar, hein?! Sem esculacho, mano, vai sair geral. Sem esculacho”, disse um homem. Segundo informações da polícia, 26 pessoas foram presas nessa casa.

Enquanto isso, o conflito continuava na mata, no alto do Complexo, na Serra da Misericórdia, onde ocorreu o confronto mais violento da operação. A polícia conseguiu cercar os bandidos. Foi ali o maior número de mortes. Ao todo, foram cerca de 18 horas de operação, que se estenderam pela noite. A última imagem, feita por um morador, mostra dois blindados deixando a favela por volta de 22h.

Na manhã de quarta-feira, moradores se reuniram na Praça São Lucas, na região do Complexo da Penha, trazendo dezenas de corpos encontrados na mata durante a madrugada. No total, 121 pessoas foram mortas. Entre elas, 115 já foram identificadas, e 88 tinham anotações criminais e 66 eram de outros estados. Entre os mortos, quatro eram policiais: dois civis e dois militares.