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Giuliana Mancini
Publicado em 23 de novembro de 2025 às 13:30
O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou, em audiência de custódia realizada neste domingo (23), em Brasília, que a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica foi em razão de um "surto", que teria sido causado por medicamentos, e negou qualquer tentativa de fuga. Ele está preso preventivamente desde o último sábado (22), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).>
"Depoente [Bolsonaro] afirmou que estava com 'alucinação' de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa", diz a ata da audiência, protocolada pelo ministro Alexandre de Moraes, segundo informações do site g1.>
Bolsonaro também teria dito que "não se lembra de ter um surto dessa natureza em outra ocasião", e falou que o episódio pode ter sido provocado por um medicamento novo. Ele disse que "começou a tomar um dos remédios a cerca de quatro dias antes dos fatos que levaram à sua prisão", ainda segundo a ata.>
Vídeo mostra tornozeleira de Bolsonaro após violação com ferro quente
A audiência de custódia é um procedimento é obrigatório em prisões ordenadas pelo STF, e serve para que um juiz verifique se a prisão foi realizada dentro da legalidade e se houve respeito aos direitos fundamentais do detido. Ela acabou por volta das 12h40, horário em que advogados deixaram a Superintendência da PF, em Brasília, de acordo com a TV Globo.>
Após a audiência, a prisão do ex-presidente foi mantida. Na próxima segunda-feira (24), a Primeira Turma do Supremo vai julgar se mantém a decisão de Moraes ou se revoga a prisão do ex-presidente. Caso os ministros decidam referendar a decisão de Moraes, a prisão preventiva poderá ser mantida por tempo indeterminado - ou seja, enquanto a Justiça entender que ela é necessária. Mas, por lei, prisões preventivas são reavaliadas a cada 90 dias. >
A sessão extraordinária será entre 8h e 20h. De acordo com o jornal Extra, integrantes da Corte avaliam que a decretação da prisão preventiva de Jair Bolsonaro está fundamentada em fartos elementos e, por isso, a tendência do colegiado é ratificar a decisão.>
Bolsonaro foi preso preventivamente no último sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das motivações apontadas foi a convocação feita por Flávio Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, para que apoiadores fizessem uma vigília nas proximidades da residência. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva afirmando que uma aglomeração de apoiadores no local poderia criar um ambiente propício para uma fuga.
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Além disso, foi detectada uma violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro. Ele admitiu que tentou violar o equipamento com um ferro de solda.>
Veja como é a sala onde Bolsonaro está preso