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BYD leva advertência do Conar por campanhas publicitárias; entenda

Empresa chinesa provocou a Volkswagen e teve propaganda suspensa

  • Foto do(a) author(a) Antônio Meira Jr.
  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 23 de novembro de 2025 às 11:00

Carro elétrico
A BYD dizia na peça que o Dolphin desvalorizava menos que o Volkswagen Polo Crédito: Divulgação

O Conar determinou a suspensão de campanhas da BYD que faziam comparações diretas com concorrentes e citavam dados de desvalorização, satisfação e pós-venda da marca. O caso foi analisado em um processo que resultou em sustação agravada por advertência, decidido por unanimidade pelos conselheiros.

As peças questionadas traziam afirmações como: que a BYD teria “reposição de peças 50% mais rápida que concorrentes”; que “A desvalorização do BYD Dolphin foi 60% menor que a do carro mais vendido do varejo, Volkswagen Polo”; e que a empresa teria os “clientes mais felizes” ou seria a “nº 1 em satisfação no Brasil”.

O Conar entendeu que as campanhas ultrapassaram limites de comunicação comparativa ao utilizar dados ou pesquisas sem comprovação considerada suficiente ou fora do contexto necessário para sustentar afirmações absolutas. O órgão também avaliou que comparações entre modelos de categorias, ciclos de produto e metodologias distintas podem induzir o consumidor a erro.

A empresa usou um artifício depois do primeiro alerta do Conar por Reprodução

O QUE MOTIVOU O PROCESSO

A disputa publicitária começou com um comercial de TV no qual a BYD comparava diretamente a desvalorização do Dolphin Mini com a do Volkswagen Polo, carro de passeio mais vendido no Brasil. A peça ganhou grande repercussão, e também críticas, por misturar dados de bases diferentes e por colocar modelos de categorias distintas em confronto, o que acabou chamando atenção do Conar.

Após o questionamento, a BYD tirou o filme original do ar e passou a veicular uma versão alternativa, que virou comentário no mercado. Nela, o narrador tenta repetir a frase do anúncio anterior, mas tem sua fala “cortada” sempre que iria mencionar o nome do Polo. No lugar, surgem imagens de jogadores de polo montados a cavalo, em uma espécie de alusão indireta ao concorrente, flertando com o limite das comparações sem citação explícita.

A representação analisou essa sequência de peças - tanto a original quanto a alternativa - além de outros anúncios institucionais, materiais digitais e posts que repetiam as alegações contestadas sobre desvalorização, satisfação e pós-venda.

POR QUE A DECISÃO É RELEVANTE

A aplicação de “sustação agravada por advertência” indica que o Conselho entendeu haver problemas relevantes na sustentação das mensagens. Na prática, isso obriga o anunciante a retirar ou ajustar as peças e reforça que dados publicitários, especialmente quando comparativos, precisam ter: fontes auditáveis, metodologias equivalentes, contexto adequado e proporcionalidade entre os elementos comparados.

O Conar ressalta, porém, que não divulga a íntegra dos processos, e que ainda correm prazos regimentares para eventuais recursos.

Procurada pelo CORREIO, a Volkswagen afirmou que não comenta casos em andamento. A BYD Brasil informou que prefere não comentar o assunto.

O QUE ACONTECE AGORA

Com a decisão, as campanhas precisam ser ajustadas ou suspensas, dependendo do trecho questionado. O episódio é um alerta para o setor automotivo, que tem intensificado comparações diretas nas campanhas diante da disputa acirrada entre montadoras tradicionais e novas marcas chinesas.