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Brasil estuda adoção da pílula de dia seguinte contra sífilis; entenda

A estratégia, ainda sem regulamentação no país, tem ganhado adeptos em grandes centros

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 11:27

Medicamentos
Medicamentos Crédito: Shutterstock

O uso da doxiciclina como ferramenta de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), conhecido como DoxiPEP, está sendo estudado para possível adoção no Brasil. A estratégia, ainda sem regulamentação no país, tem ganhado adeptos, especialmente em grandes centros como o Rio de Janeiro, e é considerada eficaz na prevenção de sífilis e clamídia, quando utilizada de forma emergencial após exposição a sexo desprotegido. As informações são do portal Metrópoles. 

O protocolo envolve a ingestão de dois comprimidos do antibiótico entre 24 e 72 horas após o contato sexual sem proteção, funcionando como uma espécie de "pílula do dia seguinte" para ISTs bacterianas.

Embora o Ministério da Saúde esteja avaliando a viabilidade de incluir a DoxiPEP no Sistema Único de Saúde (SUS), a coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Pâmela Cristina Gaspar, destaca que a análise técnica e de impacto orçamentário ainda está em andamento. A estratégia, no entanto, exige um controle rigoroso da resistência antimicrobiana, especialmente por envolver o uso de antibióticos de forma off-label, ou seja, sem recomendação formal para essa finalidade.

“Estamos realizando análise técnica de evidências científicas e de impacto orçamentário. Entretanto, como a doxiciclina compõe uma classe de antimicrobianos utilizada para diversas infecções na rotina clínica, para ter uma DoxiPEP será importante fortalecer o monitoramento da resistência antimicrobiana em bactérias possivelmente relacionada a elas”, explica.

Estudos realizados em outros países, como os Estados Unidos, indicam que a DoxiPEP tem mostrado bons resultados na redução de diagnósticos de sífilis e clamídia, como evidenciado por uma pesquisa recente publicada na "JAMA Internal Medicine". No entanto, a medida não é isenta de riscos. Já o infectologista Ricardo Bonifácio alerta para o perigo do uso excessivo do antibiótico, que pode levar ao surgimento de bactérias resistentes e causar danos à microbiota intestinal.

No Brasil, a medicação tem sido distribuída experimentalmente em algumas cidades, com foco em grupos mais vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero. A adoção dessa estratégia, no entanto, depende de avaliações mais aprofundadas, e especialistas recomendam cautela no uso, especialmente sem a orientação médica adequada.

Por enquanto, a conscientização sobre a prevenção combinada, que inclui o uso de preservativos, a PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e a testagem regular de ISTs, continua sendo a principal recomendação.