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Perla Ribeiro
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 10:46
A dona do brechó online Desapego Legal, Francine Prado, é acusada de aplicar um calote de R$ 5 milhões em clientes e fornecedores. De acordo com denúncia, o número de vítimas já passa de 200. Um grupo de aplicativo de mensagens, por exemplo, reúne 220 vítimas, que se uniram para tratar estratégias, para denunciar falta de pagamentos e a não devolução das mercadorias enviadas ao brechó. >
Uma matéria veiculado no Fantástico mostrou que a empresa tem quase 100 processos na Justiça. Também há boletins de ocorrência na polícia em vários estados contra Francine e seu marido, que é sócio. A rede social do brechó reúne 221 mil seguidores e teve seus comentários limitados. Nela, diz que a marca recruta e vende acessórios de luxo desde 2012 e que realiza curadoria exclusiva, além de garantir a autenticidade das peças. >
No site Reclame Aqui a reputação da empresa consta como não recomendada. Só lá, acumulam 189 queixas. Uma delas foi feita na noite desse domingo (26) por uma pessoa que diz que conheceu o brechó há uns seis anos e é uma das vítimas deles. "Desde 2023 eu enfrento diariamente uma luta com os donos, Felipe e Francine Prado, tentando receber os meus produtos de volta ou o dinheiro. Ambos usam de manobras emocionais para continuar tirando produtos das pessoas fazendo acordos e não cumprindo. São mais de 100 processos que eles enfrentam. Me devem R$ 125.080 e estou dando entrada no processo para rever meu dinheiro", denunciou uma das vítimas do golpe.>
Uma outra vítima, de prenome Elizeu, denuncia que passou duas bolsas da Armani, uma da Dolce Gabbana e uma da Prada para serem comercializadas pelo Desapego Legal e que, apesar das peças terem sido vendidas, ele não recebeu qualquer valor acordado pela venda dos itens. "De acordo com informações disponíveis online, há um histórico significativo de reclamações contra a Desapego Legal por práticas similares, onde consumidores relatam que a empresa vende produtos consignados e não repassa os valores aos vendedores, deixando-os sem pagamento por meses ou até anos", relata.>
Há também o relato de uma outra vítima que denuncia que a dona do brechô online pediu para que ela enviasse uma bolsa da Dior para ser fotografada em 1º de agosto de 2024 e, após dois meses sem receber o produto de volta, procurou a empresa e foi informada de que a bolsa havia sido vendida. "Desde então, não recebi meus pagamentos e venho cobrando insistentemente. Eles me passam datas, e no dia da data, o pagamento não é feito".>
O Desapego Legal também tinha uma sede física para clientes especiais em São José dos Campos. Em nota, o Ministério Público de São Payulo informou ao Fantástico que investiga o brechó para esclarecer as denúncias e punir os responsáveis se forem confirmadas as condutas criminosas.>