Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 30 de julho de 2025 às 09:04
Um dos condenados no caso dos "canibais de Garanhuns", Jorge Beltrão Negromonte da Silveira viralizou em um vídeo que aparece pregando no presídio, em Itamaracá, no Grande Recife. Jorge e duas mulheres foram condenados por matarem duas pessoas e usarem a carne humana no recheio de salgados, que eles também comercializavam. >
Nas imagens, ele é tratado como "pastor Jorge Beltrão". Outros dois homens de terno estão no vídeo, um deles sendo chamado de missionário. Jorge dá seu relato falando que foi um deles que o incentivou a se dedicar à igreja, em 2012, quando foi preso. >
"Ele falou para mim: 'Deus tem algo na tua vida' e deixou a palavra para mim. Uma palavra muito bonita dizendo que Deus tira as pessoas de um charco de lodo. E esse testemunho que ele deu, logo após, eu já comecei a fazer parte lá da Assembleia de Deus, já comecei a louvar", afirma Jorge. Em outro ponto, ele diz que "quem está em Jesus, nova criatura é". >
As imagens não são de agora, já que a Penitenciária Professor Barreto Campelo foi desativada em abril. Jorge cumpre sua sentença de 71 anos de prisão agora no Presídio Policial Penal Leonardo Lago, no Recife.>
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (Seap) disse que oferece assistência religiosa em todas as unidades prisionais do estado e respeita a liberdade de crença das pessoas. "A assistência é prestada por representantes de diversos segmentos religiosos, contribuindo para o fortalecimento espiritual, emocional e social dos internos".>
Jorge 'Canibal' virou pastor
Canibais de Garanhuns>
O caso veio à tona em abril de 2012, quando os corpos de duas mulheres foram encontrados enterrados no quintal de uma casa no bairro Jardim Petrópolis, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. As investigações revelaram que os assassinatos foram cometidos por Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva. De acordo com a polícia, o trio fazia parte de uma seita chamada "Cartel", que defendia ideias extremistas como a “purificação do mundo” e a redução da população.>
Uma das vítimas era mãe de uma criança de cinco anos, que vivia com os autores dos crimes. Em 2018, o grupo foi julgado por um júri popular: Jorge e Bruna foram condenados a 71 anos de prisão cada, enquanto Isabel recebeu pena de 68 anos, todos em regime fechado.>