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Giuliana Mancini
Publicado em 25 de maio de 2025 às 10:53
O cão de serviço Tedy foi impedido mais uma vez de embarcar em um voo da companhia aérea TAP com destino a Lisboa, em Portugal. A empresa já havia barrado o cachorro na tarde do último sábado (24), se recusando a cumprir decisão judicial que determinava o embarque do animal. Um gerente foi autuado pela Polícia Federal por desobediência à decisão.>
Tedy seria levado para uma criança de 12 anos com espectro autista que está há 1 mês e meio em Lisboa. Mesmo com uma decisão judicial, a TAP informou à família que não transportaria o cão na cabine porque "violaria o manual de operações de voo", e sugeriu que o animal fosse no bagageiro, mas Hayanne Porto não concordou. Após ficar esperando no aeroporto Galeão por mais de 12 horas, ela voltou para casa para tentar uma nova decisão judicial.>
Segundo o site g1, a família enfrenta problemas pela falta do cachorro. O médico Renato Sá, pai da criança, explicou que ela é autista não-verbal e tem crises de agressividade e ansiedade. A função de Tedy é justamente amenizar as crises da criança. "Ontem ela estava na expectativa da chegada dele e teve outra crise", lamentou.>
A viagem da família para Portugal foi em razão de trabalho. "Recebi um convite da universidade de Lisboa e vim para trabalhar aqui. Não posso sair daqui nesse momento", afirmou.>
O primeiro voo estava marcado para decolar às 15h40 e foi cancelado. Um segundo voo deveria ter deixado o Galeão às 20h25, mas atrasou e só decolou na madrugada deste domingo (25). Hayanne afirmou que a TAP conseguiu uma liminar para que o segundo voo decolasse. Mas, como o cão não foi autorizado a embarcar, ela não entrou no avião. "Voltamos para casa. Na segunda-feira, entraremos com mais um pedido", explicou.>
"Preferimos nos retirar porque os demais passageiros lesados com a situação estavam nos assediando com fotos e comentários ofensivos", completou.>
Enquanto isso, a criança de 12 anos enfrenta problemas, de acordo com a família. Ela não se comunica verbalmente, o que dificulta o real entendimento do que está acontecendo, provocando ainda mais ansiedade na menina. "Temos dificuldade de extrair dela o que está acontecendo. Ela se comunica através de um aplicativo. A gente vai explicando que foi um imprevisto, mas não dá para explicar essa situação de liminar e o real motivo do cachorro não ter embarcado", lamentou o pai. >
A validade do Certificado Veterinário Internacional (CVI), que também autoriza a viagem do animal, expirou neste domingo (25).>