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Carol Neves
Publicado em 11 de junho de 2025 às 09:39
O Brasil viu um aumento preocupante na violência contra mulheres em 2024, segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os feminicídios voltaram a subir após uma breve queda no ano anterior, atingindo 1.459 casos, o maior número já registrado na série histórica. Isso equivale a quatro mulheres assassinadas por dia. A Região Centro-Oeste concentrou a maior taxa do país, com 1,87 feminicídios por 100 mil mulheres, número acima da média nacional de 1,34.>
O levantamento também mostra que os casos de estupro chegaram ao patamar mais alto dos últimos cinco anos, com 83.114 registros em 2024, uma média de 227 vítimas por dia. Destas, 86% eram do sexo feminino. São Paulo lidera em números absolutos, com 15.989 ocorrências. No entanto, em relação à taxa por 100 mil habitantes, Rondônia encabeça a lista com 87,73, seguido de Roraima (84,68) e Amapá (81,96). Lesões corporais seguidas de morte também tiveram crescimento no período, independentemente do sexo da vítima.>
Apesar dos números alarmantes envolvendo a violência de gênero, o cenário geral de homicídios no país mostrou queda. Os homicídios dolosos diminuíram 6%, passando de 37.754 em 2023 para 35.365 no ano seguinte. A queda segue uma tendência que começou em 2020. Os latrocínios (roubos seguidos de morte) também recuaram, de 972 para 956 casos. Já as mortes provocadas por ações policiais tiveram uma leve queda de 4%.>
Os chamados crimes patrimoniais também apresentaram recuo. O roubo de carga caiu 13,6%, o furto de veículos diminuiu 2,6%, os roubos de veículos tiveram queda de 6% e os ataques a instituições financeiras caíram 22,5%.>
No combate ao tráfico, as apreensões de drogas bateram recordes. Foram interceptadas 1,4 mil toneladas de maconha em 2024, um aumento de 10% em relação ao ano anterior – uma média de 3,8 toneladas por dia. O volume é o maior dos últimos dois anos, e ainda pode estar subestimado, já que Minas Gerais e Rio de Janeiro não enviaram seus dados ao Ministério da Justiça até o fechamento do levantamento.>
A cocaína também teve alta nas apreensões, com 137.357 quilos confiscados, o maior volume em cinco anos e 5,5% a mais do que em 2023. Assim como no caso da maconha, os números podem ser ainda maiores, devido à ausência de informações dos dois estados citados.>
No sentido oposto, as apreensões de armas de fogo caíram 2,6%. No entanto, o número de fuzis apreendidos aumentou significativamente: passou de 1.365 unidades em 2023 para 1.957 em 2024, um salto de 43%.>