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Da Redação
Publicado em 1 de maio de 2021 às 14:57
- Atualizado há 2 anos
No dia seguinte à aprovação do impeachment de Wilson Witzel (PSC) do governo do Estado do Rio de Janeiro, o vice na chapa eleita, Cláudio Castro (PSC), tomou posse como novo governador. Castro já atuava como governador em exercício desde o afastamento de Witzel, em agosto de 2020.>
Castro tomou posse na manhã deste sábado, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A despeito da gravidade da pandemia de covid-19 no Estado, a cerimônia foi concorrida, com aglomeração de convidados ávidos para cumprimentar o governador agora efetivo.>
Iniciada com mais de uma hora de atraso, a cerimônia foi conduzida pelo presidente da Alerj, André Ceciliano (PT). Antes que se iniciasse o rito, os presentes fizeram um minuto de silêncio para lembrar as vítimas da covid-19.>
Ceciliano lembrou que Castro assume efetivamente o governo num momento em que o Estado enfrenta recorde de mortos pela pandemia, desemprego elevado e dificuldades na área de segurança pública.>
"Essa situação, governador, só mudará se tiver a união de todos, todos nós", discursou Ceciliano, que defendeu ainda uma aproximação do governo estadual com o federal para obter melhores condições de auxílio à economia do Estado.>
Ceciliano disse que "divergências são absolutamente normais na vida, tanto pública quanto privada", mas que na casa legislativa estadual os interesses da população são sempre prioritários.>
Em seguida, Castro prestou o juramento constitucional e assinou o termo de posse. O governador tirou a máscara de proteção para seu discurso e pediu novo minuto de silêncio às vítimas da covid-19 no Estado e afirmou acreditar na vacina como solução para a pandemia.>
"Passamos pela primeira onda, pela segunda e estamos neste momento atravessando uma terceira", discursou Castro.>
Entre os que acompanharam a cerimônia de posse, estavam secretários de governo, integrantes do judiciário, deputados estaduais e federais.>
"Iniciamos hoje um novo tempo no Estado do Rio de Janeiro, um tempo, com certeza, de reconstrução", disse Castro, reconhecendo que pode ser difícil que o povo acredite em mudanças. "Precisamos avançar, olhar para frente, não perdermos a esperança", completou.>
Castro assume efetivamente o governo no dia seguinte ao leilão de privatização de parte dos serviços de saneamento do Estado do Rio, processo que foi marcado por uma disputa entre o governo e parlamentares estaduais.>
"A semana que passou foi marcada por divergências, hoje, faz parte do passado", garantiu Castro, dirigindo-se aos deputados.>
O impeachment de Witzel foi confirmado nesta sexta-feira, 30, pelo Tribunal Misto que analisava o processo, por dez votos a zero. Acusado de corrupção na Saúde durante a pandemia de covid-19, ele já estava afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).>
"Diante da enorme responsabilidade de conduzir o Estado nesse período tão difícil, o governador Cláudio Castro recebe a decisão do Tribunal Especial Misto sobre o processo de impeachment. Mais do que nunca, Castro manterá sua premissa histórica do diálogo para superar os desafios de pacificar o Rio de Janeiro e unir esforços no enfrentamento à covid-19, à fome, à pobreza e pela geração de empregos", manifestou-se, em nota, o governo de Castro sobre a aprovação do impeachment, o primeiro contra um governador no País.>
Depois de passar por uma comissão especial e pelo plenário da Alerj, o processo contra Witzel chegou ao Tribunal Misto. Presidido pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, o colegiado foi composto pelos desembargadores Teresa de Andrade Castro Neves, José Carlos Maldonado de Carvalho, Maria da Glória Bandeira de Mello, Fernando Foch e Inês da Trindade Chaves de Mello.>