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Perla Ribeiro
Publicado em 30 de outubro de 2025 às 16:39
 
Mensagens de WhatsApp e vídeos de drones foram usados para comprovar a estrutura e o funcionamento do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, segundo apontou a denúncia realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que resultou na megaoperação da última terça-feira (28), nos complexos da Penha e do Alemão. Segundo a investigação, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, é apontado como principal liderança do CV no Complexo da Penha e em comunidades como Gardênia Azul, Cesar Maia, Juramento, Quitungo e Alemão — algumas delas recentemente tomadas de grupos paramilitares. As informações são do G1 RJ. >
Ele conseguiu escapar da megaoperação da última terça (28) e segue foragido. Ao lado de Doca, no 1º escalão, estão Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, e Carlos Costa Neves, o Gardenal, apontados como gerentes-gerais do tráfico na região. Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão, também aparece entre os homens de confiança de Doca.>
Megaoperação contra o Comando Vermelho
O documento do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), elaborado a partir de uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), acusa 69 pessoas de associação para o tráfico de drogas e descreve um organograma da facção com funções definidas para cada integrante. As informações são do G1 RJ.>
Em mensagens interceptadas pelos investigadores, Grandão adverte os demais integrantes do grupo sobre a necessidade de autorização para execuções. “Bagulho não é com nós. Vamos monitorar apenas, meus amigos. Ninguém dá tiro sem ordem do Doca ou do Bala. Vamos pegar a visão”, diz um dos trechos reproduzidos na denúncia.>
A denúncia também afirma que, além de gerente geral, Gardenal também é responsável por liderar a expansão violenta e criminosa do Comando Vermelho na região da Grande Jacarepaguá, em conjunto com Doca e Juan Breno Malta Ramos, o BMW. Segundo a denúncia do MP, Doca, Gardenal e Grandão utilizam os grupos de WhatsApp para emitir ordens de caráter geral, que variam da prática de torturas a moradores e orientações sobre comercialização de drogas à definição das escalas de plantões nas “bocas de fumo” (venda), “pontos de visão” (monitoramento) e “pontos de contenção” (segurança armada).>
Nos grupos também são tratados outros temas como veículos roubados, monitoramento de viaturas policiais, contabilidade das vendas de drogas e até execução de indivíduos que contrariem seus interesses criminosos. Numa outra conversa de WhatsApp, Gardenal determina a execução de um “vapor” (o responsável pela venda de drogas) por ele estar “perdendo” carregamento da mercadoria ilícita. “O vapor mais derramado, o gerente nós vai matar agora na frente de geral. Se o Bacurau aparecer, nós vamos mandar geral brotar aqui, o gerente vai executar ele na frente de geral”, ordenou.>
A polícia também descobriu que Gardenal mantinha um chat privado em uma 2ª linha telefônica, que funcionava como backup de mensagens. Nele, envia seus contatos telefônicos e encaminha fotografias de diversos veículos roubados, com sua autorização. As fotos de veículos constam também em chats privados com os ladrões de carros, onde eles oferecem os veículos para Gardenal por valores muito abaixo do mercado.>
A denúncia aponta ainda que BMW exerce a função de gerente do tráfico na Gardênia Azul e lidera o grupo “Sombra”, responsável por ações de expansão da facção na Grande Jacarepaguá. Ele também tem a função de treinador de soldados do tráfico, usando de sua larga experiência no emprego de armas de grosso calibre para instruir mais criminosos a serviço do Comando Vermelho.>
As mensagens de WhatsApp e vídeos de drones foram usados pelo MP para comprovar a estrutura e o funcionamento do Comando Vermelho (CV) na capital fluminense. A ação com 121 mortos - entre eles, 4 policiais - foi a mais letal da história do RJ. O documento do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), elaborado a partir de uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), acusa 69 pessoas de associação para o tráfico de drogas e descreve um organograma da facção com funções definidas para cada integrante.>
 
 
 
