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Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2021 às 10:41
- Atualizado há 2 anos
Quase 20 anos já se passaram das mortes de Marísia e Manfred von Richthofen, mas o caso continua gerando interesse. O lançamento de dois filmes sobre o crime brutal voltou a reacender o interesse no tema e em como estão os envolvidos hoje em dia.>
O engenheiro e a psiquiatra foram mortos a pauladas enquanto dormiam em casa, em São Paulo, pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. A mandante do crime foi a filha do casal, Suzane von Richthofen. >
O crime aconteceu em 31 de outubro de 2002. Inicialmente investigado como latrocínio - roubo seguido de morte -, logo passou para um homicídio, com o possível envolvimento dos três. O trio confessou o crime pouco depois, em 8 de novembro.>
Em 2006, os três foram condenados pelo crime. Suzane e Daniel receberam pena de 39 anos e 6 meses de prisão. Cristian foi condenado a 38 anos e 6 meses de prisão.>
Suzane von Richthofen Suzane é o rosto mais comum nos noticiários mesmo depois de tanto tempo do crime. Todo ano, suas "saidinhas" temporárias do presídio de Tremembé, onde cumpre a pena, estampam páginas de jornais. Desde 2015 ela tem direito ao benefício, quando recebeu autorização de ir para o regime semiaberto. Suzane na saída temporária do Natal de 2018 (Foto: Reprodução) Na cadeia, Suzane é conhecida por ter bom comportamento. Ela teve dois relacionamentos que chegaram à mídia nesse tempo presa. Primeiro, namorou com Sandrão, outra presa que cumpria pena por sequestro e morte de uma criança. Em 2016, começou um relacionamento com Rogério Olberg. Eles chegaram a noivar, mas acabaram em março do ano passado.>
Esse mês, Suzane recebeu autorização da Justiça para cursar Farmácia na Faculdade Anhanguera, em São Paulo. Com isso, poderá sair da cadeia às 17h e retornar às 23h55. Quando foi presa, ela tinha 18 anos e era universitária, cursando Direito na PUC-SP.>
Suzane foi à Justiça para tentar impedir o lançamento dos filmes "A Menina Que Matou Os Pais" e "O Menino Que Matou Meus Pais", nos quais é vivida por Carla Diaz, mas o pedido foi recusado.>
Daniel Cravinhos Daniel tinha 21 anos na época do crime. Ele era aeromodelista e namorava Suzane. Foi para o regime semiaberto em 2013 e está cumprindo o restante da pena em liberdade desde 2018.>
A autorização para o regime aberto foi atrasada porque ele esteve envolvido em tráfico de produtos restritos a hospitais dentro da cadeia. Com isso, em 2017 teve que ficar mais três meses em regime fechado. Daniel é casado com filha de agente (Foto: Reprodução) Desde 2014 Daniel está casado com a biomédica Alyne Bento, 34, que é filha de uma agente penitenciária. Uma reportagem da Veja indica que ela chegou a perder dois empregos em laboratórios quando os patrões descobriram que o marido dela era Daniel Cravinhos.>
Nos filmes, Daniel é interpretado por Leonardo Bittencourt.>
Cristian Cravinhos Cristian recebeu direito a cumprir a pena em regime aberto em 2017, mas no ano seguinte foi condenado por corrupção e a pena a cumprir aumentou para 41 anos e 10 meses. Com isso, voltou para o presídio de Tremembé.>
Na época, Cristian se envolveu em uma briga de bar em Sorocaba (SP) e a polícia quando o revistou encontrou com ele munição de uso restrito. Para não ser preso, perdendo assim direito ao regime aberto, ele então tentou subornar os policiais, que não aceitaram. (Foto: Reproduçaõ) Na época, Cristian acabou absolvido da acusação de posse ilegal de munição, mas foi condenado pela tentativa de suborno.>
Em 2020, Cristian virou notícia quando tentou processar a série Investigação Criminal, por usar 12 fotos suas. Ele pedia R$ 500 mil, mas a Justiça negou.>
Também nesse ano, o filho de Cristian pediu anulação da paternidade. Na época do crime, o jovem tinha apenas 3 anos e ele afirmou que toda vez que apresentava um documento sofria constrangimento por conta do nome do pai. Desde 2009 ele conseguiu retirar o sobrenome Cravinhos, mas ele queria remover também o nome de Cristian.>
Nos filmes, ele é vivido por Allan Souza Lima.>
Andreas von Richthofen Irmão de Suzane, ele tinha 15 anos na época em que os pais foram mortos. No dia do crime, o garoto foi levado por Daniel e Suzane para uma lan house, onde ficou jogando. Enquanto ele estava lá, o crime aconteceu. (Foto: Reprodução) Depois da morte dos pais, Andreas passou a viver com a avó, Lourdes Maganani Abdalla, e o tio, o ginecologista Miguel Abdalla Neto. Ele tentou levar uma vida bastante privada, para evitar o interesse que o caso gerava.>
Em 2005, ele foi aprovado para cursar Farmácia e Bioquímica na USP e seguiu carreira acadêmica. Ele voltou a ser notícia em 2017, quando, aos 29 anos, foi detido após invadir algumas casas em São Paulo. Quando a polícia chegou, ele parecia confuso e falava coisas desconexas. Ele foi levado ao Hospital Municipal do Campo Limpo e o tio foi até lá buscá-lo.>
Na época, foi divulgado que Andreas tinha problemas com álcool e maconha. Ele foi levado para uma clínica de recuperação. >
Em junho desse ano, a Justiça de São Paulo determinou a penhora de um imóvel de Andreas, recebido de herança dos pais. Ele recebeu a casa, no Ibirapuera, em maio de 2008, na partilha dos bens. Suzane não teve direito à herança.>
A única vez que Andreas falou publicamente sobre o assassinato dos pais foi em 2015, quando escreveu uma carta que entregou a um repórter da Rádio Estadão. >
Veja abaixo a carta completa: >
É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.>
Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento. Encare da perspectiva existencialista. No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal. Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen.>