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Larissa Almeida
Publicado em 6 de julho de 2025 às 16:00
Encontradas na parede, na parte interna do box e ao redor do ralo, as mosquinhas de banheiro não costumam incomodar de ninguém, já que pouco se mexem e muitas vezes passam despercebidas. A presença delas, no entanto, é incômoda para algumas pessoas pela associação que fazem com a sujeira que, segundo especialista ouvido pela reportagem, não é infundada. >
O especialista em insetos Higor Rodrigues, que é membro do Laboratório de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, explica que não necessariamente a presença desses bichinhos indica uma sujeira visível, mas quase sempre aponta para acúmulo de matéria orgânica em um local próximo. >
“Muitas vezes, o ambiente parece limpo, mas os ralos e canos escondem biofilmes e resíduos onde elas podem se proliferar”, afirma. >
Esses insetos, que têm como gênero mais comum ocorrente em ambiente doméstico o Psychoda, são atraídos por locais com umidade constante e matéria orgânica em decomposição, como ralos, frestas de boxe, sifões e esgotos. Eles levam de duas a quatro semanas para completarem o ciclo de desenvolvimento (ovo até adulto) e acabam se reproduzindo de maneira contínua, se o ambiente for favorável. >
Como o banheiro costuma ser o local mais úmido da casa e o que mais acumula matéria orgânica morta, já que é o espaço de higienização das pessoas, as mosquinhas adotam o ambiente como ideal para viver e reproduzir. Logo, se aparecer uma mosca de banheiro adulta e, posteriormente, outras menores, é um sinal de que o lugar precisa ser higienizado. >
“As fêmeas colocam seus ovos nessas áreas, e as larvas se desenvolvem se alimentando da matéria orgânica presente ali. As larvas são vermiformes, alongadas, de coloração geralmente acinzentada ou escura, e medem em torno de 4 a 10 milímetros”, detalha Higor Rodrigues. >
Esses insetos podem chegar até cinco milímetros, sendo coberto por pelos, o que dá uma aparência aveludada. As asas são largas e também peludas, em formato de folhas ou corações. Higor conta que elas são mais ativas durante à noite e que os adultos, geralmente, ficam repousando em paredes de banheiros, e raramente se alimentam. >
“Quando o fazem, ingerem apenas líquidos, como água ou néctar, e nunca matéria sólida. Isso ocorre porque possuem o aparelho bucal atrofiado ou pouco desenvolvido”, explica. >
Em geral, as mosquinhas de banheiro não oferecem nenhum risco à saúde humana. No entanto, o especialista ressalta que esses bichinhos podem ser um problema se migrarem para outros ambientes da casa. “Podem ser vetores mecânicos de microrganismos se pousarem sobre alimentos, o que raramente acontece. Dependendo da quantidade de indivíduos presentes em ambientes domésticos, podem ser um incômodo, especialmente em grande número”, diz. >
Quem quer eliminar qualquer risco, pode se livrar dos insetos investindo em higiene regular dos locais úmidos. Isso inclui a impeza regular de ralos, sifões e caixas de gordura, com água quente e produtos desengordurantes ou água sanitária. >
Também é recomendado o uso de escovas finas para limpar a borda interna dos ralos e boxes, manter ralos fechados com tampas ou telas quando não estiverem em uso e evitar o acúmulo de umidade em pisos e paredes. >