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Perla Ribeiro
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 15:36
Irmã do pastor Eduardo Oliveira dos Santos, 45 anos, morto durante um tiroteio entre policiais militares e traficantes no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a missionária Tatiana dos Santos alegou ter sido impedida por PMs de socorrer o religioso. "Os tiros vinham de baixo. Meu irmão pedia minha ajuda e os PMs não me deixavam ajudar", disse, emocionada, em entrevista ao jornal Extra, do Rio. >
Segundo ela, o irmão tambéms morava na comunidade, a cerca de cinco minutos do local onde foi baleado. Ele deixa três filhos, de 12, 14 e 18 anos. "Meu irmão tinha ido de bicicleta até minha casa para dar um abraço. A única coisa que ele estava segurando era a bicicleta. Confundiram a bicicleta com um fuzil?", questiona a missionária. Além de pastor, Eduardo atuava também como pintor em uma oficina.>
Segundo Tatiana, o irmão realizava serviços de pintura em um oficina perto de sua casa, quando a viu e decidiu ir à casa da família para “dar um abraço” nela e na mãe, que moravam juntas na mesma casa. No entanto, ele foi surpreendido por um tiro nas costas. De acordo com informações do Extra, um vídeo que circula nas redes sociais mostra o desespero das pessoas e o pastor caído no chão, de bruços e, em seguida, ele é carregado por um grupo de pessoas. Santos chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas já chegou ao local sem vida.>
O corpo do pastor foi transferido para o Instituto Médico-Legal (IML). Parentes tiveram dificuldade de chegar ao local para fazer a liberação, segundo eles, por causa de uma operação do 41ª BPM (Irajá), deflagrada no início da manhã desta terça-feira. Vídeos divulgados pela PM mostram barricadas em chamas nas ruas do conjunto de favelas. Por causa da operação, 12 escolas municipais e uma unidade de saúde da região suspenderam as atividades.>
O comando do batalhão de Irajá instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias da morte. Já a Polícia Civil informou que o caso foi inicialmente registrado na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e será encaminhado à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). “Diligências estão em andamento para apurar os fatos”, disse a corporação, em nota. Na tarde de segunda-feira, parentes e amigos de Eduardo fizeram um protesto. Durante a manifestação, três ônibus tiveram as chaves retiradas por criminosos e foram usados como barricadas na via.>