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Cantor é suspeito de ajudar na fuga de José André Rocha Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet, e Aislla Sabrina Rocha, esposa do empresário
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2024 às 07:58
Gusttavo Lima demonstrou 'alarmante falta de consideração pela Justiça' ao dar, segundo decisão judicial, 'guarida a foragidos', afirmou a juíza Andrea Calado da Cruz, do TJPE, ao decretar a prisão preventiva do cantor na tarde desta segunda-feira (23).
Ele é suspeito de ajudar na fuga de José André Rocha Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet, e Aislla Sabrina Rocha, sua mulher e sócia. Os dois são investigados na Operação Integration, que investiga crimes ligados a jogos de azar.
Gusttavo Lima é sócio da empresa Vai de Bet, investigada pela Polícia Civil de Pernambuco que apura um esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais. Segundo a Justiça, no dia 1.º de julho deste ano, Lima adquiriu uma participação de 25% na empresa investigada.
O cantor é o garoto propaganda da casa de apostas.
"Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro do cantor] adquiriu uma participação de 25% na empresa Vai de Bet, o que acentua ainda mais a natureza questionável de suas interações financeiras. Essa associação levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos", diz trecho da decisão judicial.
Segundo o jornal O Globo, o empresário Rocha Neto é da Paraíba, dono de pelo menos mais uma empresa associada a Gusttavo Lima: a JMJ.
Foi para a empresa J.M.J. Participações Ltda, de Rocha Neto, que Gusttavo Lima teria vendido seu avião, um Cessna Aircratf, tendo recebido valores que somam R$ 22,2 milhões. O avião foi apreendido pela justiça no aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo.
Gusttavo Lima, Rocha Neto e Aislla estavam na Grécia comemorando o aniversário do cantor quando a operação foi deflagrada.
Rocha Neto e Aislla viajaram no avião de Gusttavo Lima de Goiânia até a Grécia, segundo o jornal O Globo. A aeronave retornou ao Brasil no dia 7 de setembro, mas sem o casal a bordo.
Há a suspeita, segundo a publicação, que o casal tenha ficado no continente Europeu. José e Aislla podem ter ido para Cavala, na Grécia, ou para as Ilhas Canárias, na Espanha, segundo avaliam os policiais.
A defesa do empresário afirmou que não há qualquer indício da participação dele em atos ilícitos e que o patrimônio é “declarado e regular”. O advogado de Gusttavo Lima disse em nota que a Balada “apenas vendeu um avião a uma das empresas investigadas”.
Para a juíza do TJPE, a ausência do casal no retorno com Gusttavo “indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça”. A juíza diz que, se Gusttavo Lima participou da fuga do casal, agiu com “conivência”, o que “compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”.