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Perla Ribeiro
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 14:39
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, anunciou nesta quarta-feira (15) que a empresa vai colocar em prática a primeira fase de um plano de reestruturação operacional e financeira para garantir a sua sustentabilidade e modernização. Entre as medidas a serem adotadas estão a realização de um novo programa de demissões voluntárias (PDV), com um foco mais amplo e também que a estatal buscará no mercado uma operação de crédito no valor de R$ 20 bilhões, para dar conta da necessidade de caixa de 2025 e 2026. >
Antes de colocar em prática o novo plano de demissões, a empresa pretende realizar um diagnóstico da força de trabalho, com um mapa claro de setores da empresa ou de territórios que estão com um desempenho insatisfatório. Empregados nessas situações poderão aderir ao novo PDV, diminuindo a pressão da folha de pessoal. Também haverá um programa de desinvestimento de ativos da empresa que hoje não têm uso otimizado. Nesse sentido, a estatal dará início à venda imóveis ociosos. >
Correios anuncia empréstimo de R$ 20 bilhões e demissões na empresa
A proposta é que a medida não só represente a entrada de capital, como também visa reduzir os gastos com manutenção desses espaços. Está previsto ainda a renegociação de contratos com os maiores fornecedores da empresa, em busca de condições mais vantajosas, sem colocar em risco a segurança jurídica das operações, mas com objetivo de aprimorar contratos vigentes.>
Do ponto de vista da geração de receitas, os Correios informaram que estão fazendo um esforço de reaproximação com grandes clientes, ao mesmo tempo em que estudam experiências internacionais de atividades que possam ser acopladas à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros. Essas medidas serão aprofundadas com as fases posteriores do Plano de Reestruturação, que dependem de a empresa retomar sua plena capacidade operacional e sua saúde financeira para começarem a surtir efeito. >
Por essa razão, a terceira medida é a busca por um aumento imediato na liquidez da empresa: a estatal buscará no mercado uma operação de crédito no valor de R$ 20 bilhões, para dar conta da necessidade de caixa de 2025 e 2026, prazo em que as demais medidas começarão a produzir resultados. O modelo proposto é o de um consórcio de bancos, em que instituições financeiras atuam de maneira conjunta para ofertar o capital buscado, em termos compatíveis com o mercado de crédito de hoje. >
"Estamos optando por uma operação que os Correios conseguem suportar, à luz dos resultados que esse pacote de reestruturação vai começar a produzir, com técnica e responsabilidade. O setor postal enfrenta desafios no mundo inteiro, mas o caminho é o mesmo em todos os países que conseguiram reagir: gestão e eficiência. O plano dá início a uma agenda de reequilíbrio, com medidas concretas, baseadas em transparência e governança”, afirmou o presidente da estatal, Emmanoel Rondon.>
O aval do Conselho de Administração é o primeiro passo para o processo de negociação dessa operação, conforme as regras de governança das estatais brasileiras. A diretoria dos Correios continuará atenta a todas as oportunidades para tornar a operação mais competitiva do ponto de vista dos custos e mais eficaz pela perspectiva das receitas, de modo a entregar aquilo que a sociedade espera da empresa, de maneira responsável e sustentável. >
"Ainda não se pode especular quanto aos detalhes dessa operação. Mas todas as sinalizações que temos recebido do mercado vão no sentido de que o programa de reestruturação que elaboramos assegura que a captação ocorrerá dentro dos interesses da empresa", destacou o executivo.>
Em nota, a estatal informou que "segue firme no propósito de servir ao Brasil com excelência, conectando empresas e pessoas em todo o país, com disposição e capacidade para oferecer soluções que facilitem a vida da população". Líder no segmento logístico e de entrega de encomendas no Brasil e responsáveis pela atividade postal nacional, os Correios tem mais de 360 anos de história e está presente em 100% dos municípios do país. >
A estatal possui a maior infraestrutura logística da América Latina: uma rede de atendimento de mais de 10 mil agências, mais de 8 mil unidades operacionais, 23 mil veículos e 80 mil empregadas e empregados diretos. Para mais informações, acesse: www.correios.com.br.>