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Crianças mortas a marretadas ao tentar proteger a mãe chamavam o padrasto de pai

Caseiro passou cinco dias fingindo que família tinha desaparecido antes de confessar crime

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 27 de dezembro de 2025 às 09:05

Victor Hugo Lima dos Santos, de 8 anos, Luiz Henrique Lima dos Santos, de 6, e Eduardo Felipe Lima dos Santos, de 10,
Victor Hugo Lima dos Santos, de 8 anos, Luiz Henrique Lima dos Santos, de 6, e Eduardo Felipe Lima dos Santos, de 10, Crédito: Arquivo pessoal

Apesar de não ser o pai biológico, Milton Gonçalves Filho, de 48 anos, era tratado como pai pelas três crianças que assassinou brutalmente em uma fazenda na zona rural de Jaboticabal, no interior de São Paulo. Segundo Anderson, tio de Sabrina de Almeida Lima, o relacionamento do caseiro com os meninos era relativamente bom, e eles o chamavam de pai. Milton e o filho mataram mãe e os três filhos, que tentaram proteger Sabrina.

Essa relação familiar harmoniosa contrastou com a conduta adotada após o crime. Por pelo menos cinco dias, Milton fingiu desconhecer o paradeiro da companheira e dos três enteados, mesmo depois de todos terem sido assassinados na noite de 18 de dezembro. À família de Sabrina, chegou a dizer, no sábado (20), que ela e os filhos haviam desaparecido.

As vítimas são Sabrina de Almeida Lima, de 27 anos, e os filhos Eduardo Felipe Lima dos Santos, de 10, Victor Hugo Lima dos Santos, de 8, e Luiz Henrique Lima dos Santos, de 6. Os quatro viviam com Milton e com o filho dele, Leonardo Gonçalves, de 21 anos, na propriedade rural onde os crimes ocorreram.

Sabrina de Almeida Lima e os filhos por Reprodução

Em depoimento prestado antes da confissão do crime, Milton afirmou à polícia que Sabrina teria desaparecido por estar em uma suposta crise de abstinência e que teria saído para consumir cocaína. A versão foi contestada pela mãe da vítima, Joviniana Braz de Almeida.

"Ela estava limpa há mais de dez meses. Todo dia, no dia 9, ela falava pra gente 'hoje eu vou comemorar, é mais um mês sem droga'. Ela usou sim, mas hoje, no momento, ela não usava mais", disse ela ao portal G1. 

O caso passou a ser tratado inicialmente como desaparecimento, até que familiares registraram boletim de ocorrência. No dia 23 de dezembro, Milton e Leonardo confessaram os crimes à polícia. Os dois tiveram a prisão convertida em preventiva no dia seguinte. Por questões de segurança, o local onde estão detidos não foi divulgado. O caso foi registrado como feminicídio, homicídio, destruição, subtração e ocultação de cadáver. Milton e Leonardo devem responder por esses crimes.

Além das quatro mortes, os dois também confessaram o assassinato de Jéssica Rizzo, de 33 anos, ex-companheira de Milton, desaparecida desde agosto do ano passado. Na sexta-feira (26), a Polícia Civil esteve na fazenda indicada pelo suspeito para tentar localizar o corpo, mas nada foi encontrado. As buscas devem ser retomadas com o uso de uma retroescavadeira.

As armas usadas para matar Sabrina e os filhos - um facão e uma marreta -  além da pá utilizada para cavar as valas, foram apreendidas. Segundo o delegado responsável pela investigação, Milton teria dado um carro usado ao filho como recompensa pela participação nos crimes.