Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Neves
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 08:44
Uma mulher e três filhos crianças foram assassinados e enterrados em valas abertas em uma fazenda na zona rural de Jaboticabal, no interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, Sabrina de Almeida Lima, de 27 anos, e os filhos Eduardo Felipe Lima dos Santos, de 10, Victor Hugo Lima dos Santos, de 8, e Luiz Henrique Lima dos Santos, de 6, foram mortos pelo companheiro dela, o caseiro Milton Gonçalves Filho, de 48 anos, com ajuda do filho dele, Leonardo Gonçalves. Os dois confessaram os crimes e estão presos preventivamente. >
De acordo com os depoimentos prestados à polícia na terça-feira (23), o crime ocorreu na noite de 18 de dezembro, na área externa da casa onde a família morava. Leonardo afirmou que matou Sabrina com golpes de facão após presenciar uma discussão entre ela e Milton. Segundo a versão apresentada, a mulher teria avançado contra o companheiro, e o filho alega que foi defender o pai e acabou matando a madrasta.>
Mãe e filhos foram assassinados
Ainda conforme o relato dos suspeitos, Victor Hugo correu em direção à mãe para tentar protegê-la e foi atingido na cabeça com uma marreta desferida por Milton. Os outros dois irmãos, de 10 e 6 anos, também foram contidos pelo padrasto e mortos com a mesma ferramenta. Todas as vítimas morreram no local.>
Após os assassinatos, Milton e Leonardo desligaram a chave geral de energia da casa para evitar que as câmeras de segurança registrassem a saída deles. Em seguida, enrolaram os corpos em sacos de alumínio usados para silagem e os levaram até uma área de mata próxima à fazenda, onde cavaram valas para enterrá-los.>
Além das quatro mortes, pai e filho também confessaram participação no assassinato de uma ex-companheira de Milton, desaparecida desde outubro do ano passado, segundo a polícia.>
Desaparecimento>
Sabrina e os filhos estavam desaparecidos desde a quinta-feira (18). À polícia e a familiares, Milton afirmou inicialmente que a mulher havia saído de casa para usar cocaína e levado as crianças. Ele só comunicou oficialmente o desaparecimento no sábado (20), quando a mãe e os tios de Sabrina procuraram a polícia e registraram boletim de ocorrência.>
Segundo o delegado Oswaldo José da Silva, Sabrina foi morta no mesmo dia em que Milton alegou o desaparecimento.>
"Ele falou que no dia mesmo que ela desapareceu, na quinta-feira, ela deixou a residência, ele saiu à procura dela, encontrou, só que ela deve ter se recusado a voltar para casa, esse detalhe ele não explicou, e ele resolveu por fim à vida dela. Como as crianças estavam junto e seriam testemunha, ele acabou dando o mesmo fim às crianças", explicou o delegado ao portal G1.>
O casal vivia na fazenda com os três filhos de Sabrina e um filho de Milton. Como a mulher não possuía celular, os contatos com a família eram feitos por meio do aparelho do companheiro.>
O tio de Sabrina, Anderson, afirmou que desconfiou da versão apresentada desde o início. "Ela foi levar manga na quinta-feira pra minha mãe e pra outra avó dela. Na sexta-feira, meu sobrinho mandou recado pra ele (Milton) pra que pudessem ir à casa da minha mãe, que ela tinha comprado remédio pras crianças. Ele visualizou a mensagem, porém não respondeu. No sábado, ele já chegou em casa com essa informação 'olha, a Sabrina desapareceu'. Em momento nenhum ele perguntou se ela estava lá, já chegou falando que ela tinha sumido".>
As buscas começaram no domingo (21) e mobilizaram equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Samu e do Grupamento de Ações em Emergências e Desastres (GAED), que foi deslocado de São Paulo com um cão farejador. Na terça-feira, Milton levou os policiais até os locais onde os corpos estavam enterrados.>
A marreta e o facão usados no crime e uma pá usada para cavar as covas foram apreendidas.>