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Djamila Ribeiro faz boletim de ocorrência após filha receber ameaça

Filósofa postou o print da mensagem e contou que fez o registro da ocorrência

  • D
  • Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2020 às 09:28

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Walter Craveiro/ Divulgação

A filósofa e escritora Djamila Ribeiro registrou um boletim de ocorrência após sua filha adolescente receber ameaças pela internet. Na mensagem, o autor diz: "Nós sabemos onde sua mãe mora! Não tem arrego!". Nas redes sociais, Djamila postou o print com a ameaça.

"Eu fiz boletim de ocorrência, pois é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente", escreveu a filósofa.

Ela fez a ocorrência  na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. O caso vai ser investigado. 

A filósofa disse ainda que sempre recebeu mensagens odiosas, mas que não ficava abalada. Ela decidiu fazer a ocorrência porque considerou inadmissível os ataques direcionados à adolescente. "Eu fiz boletim de ocorrência, pois é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente", desabafou.

Djamila atribuiu os ataques à "exploração econômica do racismo e da misoginia". No post do Instagram, ela citou uma pesquisa da Anistia Internacional que revela "que mulheres negras estão 84% mais propensas a receberem tweets problemáticos do que mulheres brancas".

"Segundo a tese de doutorado do PHD em Sociologia Luiz Valério Trindade, as mulheres pretas são as maiores vítimas de discurso de ódio nas redes sociais em geral e no Twitter, em particular. Ele explica que isso se dá pelo incômodo que a ascensão e protagonismo delas causa em uma sociedade racista e machista', completa.

Veja o post completo:

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Já faz tempo falo sobre como o Twitter é uma rede tóxica para mulheres negras. Segundo pesquisa da Anistia Internacional, mulheres negras estão 84% mais propensas a receberem tweets problemáticos do que mulheres brancas. Segundo a tese de doutorado do PHD em Sociologia Luiz Valério Trindade, as mulheres pretas são as maiores vítimas de discurso de ódio nas redes sociais em geral e no Twitter, em particular. Ele explica que isso se dá pelo incômodo que a ascensão e protagonismo delas causa em uma sociedade racista e machista. Eu recebo muitas mensagens odiosas, as quais nunca me abalaram. Porém, ontem enviaram mensagens odiosas para a minha filha. Isso se deu por conta de fake news produzidas no Twitter desde a semana passada. Mais uma vez, essa rede social lucrando com o ódio, como afirma Adilson Moreira, trata-se da exploração econômica do racismo e misoginia. Eu fiz um B.O (foto 2), pois é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente. Críticas são no campo das ideias, quando fazem afirmações caluniosas de que tal pessoa é contra uma categoria, trata-se de ataque irresponsável que pode colocar essa pessoa em risco. Friso que respeito todas as identidades, mas ser negra é para além da cor da pele. É preciso tornar-se negro no sentido político ou como diz a professora afro francesa Maboula Soumahoro, "precisamos diferenciar negros que decidiram ser negros". Isto significa dizer que ser negra politicamente é jamais aceitar o jogo da branquitude colonial para atacar desonestamente uma mulher preta que faz um trabalho sério; é saber que há um histórico de linchamento contra pessoas negras; é não se deixar usar pelos verdadeiros ricos que nos querem tuteladas ou subalternas. Precisamos fazer essa diferenciação. Por mais execráveis essas pessoas sejam, friso que, como disse na live, nunca ameacei processar ninguém, o que se trata de mais uma fake news. Meu foco é representar o Twitter no MP, uma empresa bilionária, que lucra com ataques sem defesa a mulheres negras. Farei parte da Campanha Internacional "Stop hate for profit" e denunciarei de forma global. Gratidão pelo carinho que recebi. Ogun Pá wá ????

Uma publicação compartilhada por Djamila Ribeiro (@djamilaribeiro1) em