Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Evento em SP relembra Víctor Jara, cantor morto pela ditadura chilena

Cantor foi brutalmente espancado e assassinado, cinco dias após ser preso em 12 de setembro

  • Foto do(a) author(a) Agência Brasil
  • Agência Brasil

Publicado em 1 de outubro de 2023 às 07:16

“Por alguma profunda razão, as canções feitas pelo povo se tornam perigosas para o poder autoritário”. É assim que a cantora chilena Cecília Concha Laborde relembra as razões pelas quais o cantor e militante Víctor Jara foi morto pela ditadura chilena em 1973, apenas alguns dias após o golpe militar de Augusto Pinochet, que ficou no poder até 1990. Cecília é uma das artistas que se apresenta neste sábado (30) no Galpão do Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na 6ª edição brasileira do evento Mil Guitarras para Víctor Jara.

Ele foi assassinato a tiros no dia 16 de setembro no Estádio Chile, rebatizado com seu nome em setembro de 2003
Ele foi assassinato a tiros no dia 16 de setembro no Estádio Chile, rebatizado com seu nome em setembro de 2003 Crédito: Divulgação

O cantor foi brutalmente espancado e assassinado, cinco dias após ser preso em 12 de setembro. O corpo foi encontrado em um matagal, com vários ossos quebrados e 44 marcas de bala, descreve o projeto Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog. A ditadura chilena foi uma das mais sangrentas no continente, com cerca de 40 mil mortos. “São as canções que recuperam e que valorizam a real identidade dos nossos povos e isso as torna perigosas, porque o que busca uma ditadura é adormecer o povo”, destaca Cecília ao homenagear o conterrâneo.

Ela também cita Violeta Parra, Dércio Marques, Alí Primera, como cantores representantes da Nova Canção, movimento musical que surgiu na década de 1960, no contexto de governos autoritários, e que fazia denúncia social, incorporando elementos do folclore latino-americano.

“Eu não canto por cantar, nem por ter uma voz bonita. Canto porque o violão tem sentido e razão”, diz os versos da canção Manifesto, de Víctor Jara.

Te Recuerdo Amanda é uma das composições mais conhecidas de Jara, tendo sido gravada, entre outros, por Mercedes Sosa e o brasileiro Ivan Lins.

O evento em São Paulo é organizado pela rede Dandô, Circuito de Música Dércio Marques, que reúne músicos de diferentes lugares do Brasil e promove encontros, trocas e reflexões por meio da música e outras expressões artísticas. Katya Teixeira, integrante da rede e organizadora da homenagem a Víctor Jara, destaca o compromisso em comunicar o que se passa no “ambiente social do nosso tempo”. “Com a música, a mensagem chega mais fácil. É uma ferramenta muito potente, a gente entende ainda mais no momento que a gente sente.”

Cecília também destaca a importância de que mensagens de resistência e luta permaneçam atuais, especialmente entre os mais jovens. “Apesar desses 50 anos, são ideias que seguem vigentes, sobretudo pelo recrudescimento de ideias fascistas, discriminatórias. Não podemos dar como dados valores como direitos humanos, diversidade, liberdade, é uma luta permanente”, defende a cantora chilena.