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Governo Lula pede exclusão de alimentos e Embraer do tarifaço de Trump, diz jornal

A três dias de início de cobrança, plano de contingência já está pronto

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 29 de julho de 2025 às 09:32

A Embraer é a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo
A Embraer é a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo Crédito: Ricardo Beccari/ Embraer

Faltando apenas três dias para a entrada em vigor de uma tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva intensifica as tentativas para retirar itens estratégicos da lista, com destaque para alimentos e aeronaves produzidas pela Embraer. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, tem mantido conversas com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, na tentativa de preservar setores que, além de essenciais para a economia brasileira, utilizam insumos norte-americanos, como é o caso da Embraer.

Entre os produtos ameaçados, estão também o suco de laranja e o café. O Brasil é o maior fornecedor mundial de suco de laranja e 42% da produção vai para os EUA. No caso do café, os americanos compraram 2,87 milhões de sacas brasileiras entre janeiro e maio deste ano, o que representa 17,1% das exportações do setor, segundo dados do Cecafé.

Apesar do esforço diplomático, as negociações com Washington ainda não tiveram avanços concretos. O prazo final para a aplicação da tarifa é 1º de agosto. Em tom de frustração, o presidente Lula afirmou que Alckmin "todo dia liga para alguém e ninguém quer conversar com ele". O Palácio do Planalto insiste que não fará concessões políticas e que o foco das tratativas é exclusivamente comercial.

Donald Trump assinou ordem sobre tarifas recíprocas, em fevereiro por Divulgação Fotos Públicas

Uma comitiva com oito senadores brasileiros, liderada por Jaques Wagner, está em Washington buscando apoio de empresários e autoridades locais. No entanto, as chances de adiar a medida são consideradas pequenas. O chanceler Mauro Vieira está em Nova York para um evento da ONU, sem confirmação de reuniões com integrantes do governo Trump. Ontem à tarde, Lutnick afirmou que a aplicação das tarifas seguirá conforme o previsto, incluindo o Brasil.

Enquanto tenta reverter a medida, o governo brasileiro também lida com a crescente pressão americana sobre minerais estratégicos. Os Estados Unidos demonstraram interesse no acesso a recursos como lítio, nióbio e terras raras, fundamentais para tecnologias de ponta e defesa. Em reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o representante da embaixada americana, Gabriel Escobar, formalizou esse interesse. Lula, por sua vez, respondeu dizendo que "essas riquezas pertencem ao povo brasileiro".

O Brasil tem a segunda maior reserva mundial de terras raras e lidera a produção global de nióbio. Especialistas veem esses recursos como possíveis elementos de negociação, mas alertam para a necessidade de garantir que a exploração gere valor dentro do país.

Diante da iminência da tarifa, o Ministério da Fazenda já finalizou um plano de contingência voltado às empresas exportadoras que venham a ser afetadas. Segundo Fernando Haddad, a proposta está pronta e aguarda apenas a aprovação de Lula. O plano deve prever a criação de um fundo privado temporário para crédito a setores impactados, mecanismos de proteção ao emprego e a possibilidade de levar a disputa à Organização Mundial do Comércio.