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Da Redação
Publicado em 2 de março de 2021 às 22:21
- Atualizado há 2 anos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 2, que a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras foi a "satisfação política" que Jair Bolsonaro (sem partido) deu aos caminhoneiros, grupo de apoiadores fiéis do presidente. Ele reconheceu que a decisão teve impactos econômicos ruins e disse ter deixado clara sua posição em conversas com Bolsonaro.>
"É compreensível do ponto de vista político. Do ponto de vista econômico o efeito foi ruim, essa foi a nossa conversa interna. O presidente sabe o que eu penso, eu sei o que o presidente pensa", afirmou, em entrevista ao programa Pingos Nos Is, da Jovem Pan.>
Ele relembrou uma declaração de Castello Branco, que disse, após críticas ao aumento do preço do diesel, que uma eventual greve de caminhoneiros não era problema da Petrobras.>
"Para o público caminhoneiro, que são eleitores típicos, fiéis do presidente Bolsonaro, o presidente deu uma satisfação: tirei o cara que disse que não liga para vocês e tirei todos os impostos.">
Roberto Castello Branco foi indicado ao comando da Petrobras pelo próprio ministro. Guedes, no entanto, tentou diminuir a importância da saída do executivo, demitido por Bolsonaro pelas redes sociais no dia 19.>
Guedes disse que o mandato do executivo está vencido e reafirmou que o presidente da República tem direito de encaminhar outro nome para a estatal. "Indiquei Castello Branco, acho um excelente economista, mas o mandato dele está expirando", disse>
Guedes disse, porém, que Bolsonaro não pode ser acusado de controlar os preços dos combustíveis, já que um novo reajuste foi anunciado ontem pela Petrobras,>
Ele minimizou ainda as interpretações de que Bolsonaro interveio nas estatais. Guedes disse que a Petrobras foi "assaltada" por dez anos à luz do dia e que mesmo assim cumpria os critérios de governança."Vai haver interferência nas estatais? Vamos ver, vamos observar", relativizou.>
Ainda sobre os combustíveis, Guedes disse que o governo leva a culpa quando os preços aumentam pelo fato de a Petrobras ter atuado como monopolista por muitos anos. "Esse é o preço político. O governo puxou para si a bomba de controlar o preço, o povo acha que o governo que manda, é a Petrobras. Isso é um problema político sério", afirmou.>
Ele disse que o Brasil vive o pior dos mundos e conta com um excesso de caminhoneiros em um momento de aumento do preço do petróleo no exterior.>