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Carol Neves
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 12:43
O mestre de capoeira Adão Giles ainda tenta entender a morte do filho, Victor Hugo Aparecido Pereira Giles, de 25 anos, assassinado ao tentar impedir uma agressão contra uma mulher em Bebedouro (SP). O jovem, segundo o pai, era conhecido pelo respeito e pela coragem. >
“Eu sempre ensinei o meu filho a respeitar. Sempre que a gente estava junto falávamos sobre isso, ele cresceu nesse ambiente de proteção. Ele nunca gostou de covardia, eu também não gosto”, afirmou Adão, em entrevista ao portal G1.>
Victor Hugo, que era casado e pai de dois filhos, foi morto a facadas na noite de domingo (12), no bairro Vila Santa Terezinha. Ele voltava de uma festa com a esposa e dois amigos quando viu uma mulher sendo agredida por um homem no meio da rua. A cena chamou a atenção do grupo, que decidiu parar o carro para tentar ajudá-la.>
Victor Hugo foi morto a facadas
De acordo com o delegado responsável pelo caso, o agressor desferia chutes, pontapés e golpes de capacete contra a mulher, que pedia socorro. Ao ser contido, o homem fugiu para casa, mas foi seguido por Victor e um amigo, que queriam impedir que ele escapasse. Já dentro do imóvel, o jovem foi atingido por golpes de faca.>
Victor chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O amigo dele foi ferido na mão e segue em recuperação. A mulher agredida também recebeu atendimento e teve alta.>
O principal suspeito é o borracheiro André Luiz Cardoso, de 48 anos, que, segundo a Polícia Civil, fugiu após o crime e ainda não foi localizado. Ele não possui advogado constituído até o momento.>
O corpo de Victor Hugo foi sepultado na segunda-feira (13). Para o pai, a atitude do filho foi reflexo da educação que recebeu. “Se eu estivesse lá, faria a mesma coisa. É o normal da gente ajudar. Eu teria parado, socorrido, feito de tudo. Tudo o que ele fez eu teria feito. É índole, a gente já vem com isso, a nossa criação é assim de respeito, de proteger, de estar junto com as pessoas”, disse Adão.>
O delegado classificou o ato de Victor como heroico. “Ele foi socorrer, ajudar a mulher, aí aconteceu a tragédia. Ele agiu na tentativa de pegar o cara e apresentar para a polícia, por isso que eu acho que foi um ato de herói que ele teve, de heroísmo.”>
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar os crimes de homicídio, lesão corporal e violência doméstica. A esposa do suspeito e a viúva de Victor já prestaram depoimento, e outras testemunhas ainda serão ouvidas.>