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Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2021 às 09:46
- Atualizado há 2 anos
O Ministério Público, após analisar o inquérito policial que investigou a morte de Márcia Lanzane, apontou que o filho dela teria cometido o assassinato por interesse na herança. Bruno Eustáquio Vieira, de 23 anos, é suspeito de ter matado a mãe em dezembro de 2020.>
De acordo com o G1, testemunhas ouvidas pela polícia apontaram que o jovem vivia uma vida de luxo e ostentação, conflitante com sua realidade. Para sustentar o padrão, ele pressionava a mãe para bancá-lo e vender ou alugar a casa em que viviam.>
A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito, que é procurado pelas autoridades policiais. A defesa nega a acusação.>
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Ainda de acordo com o inquérito policial, divulgado pelo G1, oito pessoas, entre amigos e familiares de Bruno e da mãe, foram ouvidos pelas autoridades. Todos alegaram em seus depoimentos que filho e mãe discutiam com frequência, devido ao jeito do jovem, que exigia tudo da forma como queria.>
Nova vida As testemunhas contaram que o comportamento de Bruno mudou após ele ingressar na faculdade de medicina. Após conhecer e andar com pessoas de maior poder aquisitivo, ele começou a gastar muito dinheiro e sair com frequência para tentar equivaler o padrão de vida.>
Bruno passava as noites fora, em restaurantes e boates, frequentando locais de luxo no Guarujá, em São Paulo. Enquanto isso, sua mãe vivia uma vida simples.>
Ele também pressionou a mãe para mudar de residência, já que tinha vergonha da localidade onde morava e queria levar os amigos em casa. >
Ainda segundo os depoimentos, devido à pressão que fazia na mãe, ela havia comprado uma moto para ele fazia pouco tempo.>
Segundo os relatos, Bruno tinha outro comportamento com as pessoas, sendo um bom rapaz, mas com Márcia não tinha paciência e era bruto.>
Interesse em herança Após a conclusão do inquérito, que indiciou Bruno por homicídio doloso, o Ministério Público apontou que o rapaz teria matado a mãe devido ao interesse na herança dela.>
"Insatisfeito em não ver seus anseios materiais atendidos, o denunciado decidiu matar a vítima com o objetivo de ter para si todo o patrimônio da genitora em herança, além da obtenção de valores de eventuais seguros", apontou o MP, após investigação da Polícia Civil.>
Ainda segundo o órgão, o denunciado não tinha a intenção de trabalhar e exigia da mãe bens materiais e dinheiro para seus gastos com o lazer.>
"Não bastasse isso, o denunciado ainda queria determinar à genitora que alugasse ou vendesse o imóvel da família, situado em zona de baixa renda da cidade, e alugasse outro em região nobre, para que pudesse receber os amigos sem se sentir humilhado, conforme dizia", colocou o MP.>
Para o MP, as cobranças insistentes acarretavam diversas discussões entre mãe e filho, já que Marcia não tinha condições em prosseguir com tantos gastos.>
"De todo o apurado, o bárbaro crime praticado se desenvolveu de forma manifestamente premeditada, tendo o denunciado demonstrado extrema frieza ao ceifar a vida de sua mãe, passar a noite na casa com o cadáver ao solo e promover verdadeiro teatro para comunicar a morte", apontou o Ministério Público.>
A defesa nega a acusação. Em contato com o G1, o advogado Anderson Real, que representa o filho da vítima, afirma que a hipótese de seguro em nome da falecida até agora não se confirmou. "Não há nenhum documento nesse sentido no processo. O Bruno nega veementemente essa hipótese. O único bem que a mãe possuía era a casa e um carro", alega.>
Ele afirma também que a defesa tentará revogar o pedido de prisão e que, caso não consiga, Bruno pensa em se entregar à polícia.>