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Wendel de Novais
Publicado em 29 de maio de 2025 às 09:26
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (29) a oitava fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema de corrupção envolvendo o Judiciário brasileiro. As ações estão sendo realizadas em Mato Grosso, onde são cumpridos mandados de busca e apreensão e o afastamento de um juiz de primeira instância suspeito de vender decisões judiciais. >
O alvo das investigações é o juiz Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica, no interior do estado. A operação também inclui o sequestro de bens no valor de R$ 30 milhões, autorizados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin. Ao todo, são três mandados de busca e apreensão em Mato Grosso. >
Segundo apurações da Polícia Federal, há suspeitas de que o magistrado esteja envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro, com pagamentos feitos a familiares dele por meio de uma empresa ligada ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que está preso desde novembro sob suspeita de liderar uma rede de corrupção envolvendo assessores do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e outros tribunais. O juiz já responde a um processo no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e a defesa dele alega que seu nome foi citado indevidamente nos diálogos do lobista, sem irregularidades comprovadas. Ainda não há manifestação oficial da defesa. >
Essa nova fase da operação busca aprofundar as suspeitas de corrupção no Judiciário de Mato Grosso. Além do juiz, a Polícia Federal investiga dois desembargadores do Tribunal de Justiça do estado, que estão afastados pelo CNJ: Sebastião de Moraes e João Ferreira. >
Na véspera, a PF já havia realizado outra etapa da operação, que resultou na prisão do suspeito de ser mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, além de revelar a existência de uma empresa criada por militares para espionar e, possivelmente, eliminar autoridades, incluindo ministros do STF. >