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Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2020 às 14:25
- Atualizado há 2 anos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou a possibilidade de ser novamente candidato à Presidência. Em entrevista ao Uol, Lula diz que estará com 77 anos em 2022 e quer apenas ser um "cabo eleitoral". Condenado em segunda instância, ele não teve autorização para ser candidato na última eleição por conta da Lei da Ficha Limpa.>
"Fico olhando minha vida já fui longe demais, acho que quando chegar 2022 o PT tenha candidato. Eu, sinceramente, vou estar com 77 anos quando chegar outubro de 2022. Se eu tiver juízo, tenho que ajudar com que o PT tenha outro candidato e que eu seja um bom cabo eleitoral. Quero ajudar a eleger alguém que tenha compromisso com o povo trabalhando", afirmou.>
Lula diz que para ser candidato, teria que estar com a saúde 100% e com a mesma disposição que tem agora. "Já prestei serviço para o país. Espero que o Brasil e o PT não precisem de mim", acrescentou.>
Na eleição de 2018, Lula chegou a ser anunciado como candidato do PT à Presidência, mas foi barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).>
O ex-presidente comentou também a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impediu que o petista fosse nomeado como ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff (PT).>
"Eu, na época, não falei nada, você não vai encontrar uma frase minha contra a decisão do Gilmar (Mendes). A indicação de um ministro é papel do presidente, não pode um juiz da Suprema Corte evitar. Alguns dias depois veio o golpe, o Moreira Franco foi indicado (por Michel Temer) e ninguém vetou", afirma..>
Lula falou ainda da disputa na Polícia Federal que levou à demissão do ex-ministro Sergio Moro. "O fato de o delegado ser amigo do Bolsonaro precisa provar se tem alguma relação suspeita? Se tiver, para o bem da própria instituição, é importante que não seja indicado alguém que tenha um compadrio com o presidente ou com a família do presidente. Mas não pode ser uma guerra a troca", disse, comentando a indicação de Alexandre Ramagem para diretor da PF, também barrada pelo STF.>
Houve críticas ainda para Moro, que ao se demitir citando interferências do presidente Jair Bolsonaro na PF falou que nos governos anteriores havia autonomia do órgão. "Só demonstra o mau-caratismo do moro. Ele utilizou o PT para atacar o Bolsonaro. Ele foi lambe-botas do Bolsonaro até o dia em que saiu. Para ser honesto, Moro poderia ter dito também que cuidamos do Ministério Público bem, que eu garantia autonomia a todos os indicados ao meu governo", criticou.>
"Ele sabe que nós, em nenhum momento, tentamos travar ou dificultar qualquer investigação feita no país, ele sabia disso e poderia ter dito isso. Inclusive, poderia ter dito 'Eu quero pedir desculpa pelo julgamento do Lula, eu sou mentiroso, eu estava julgando politicamente, o apartamento não é do Lula. Eu inventei aquela história e, como não tinha prova, falei que era crime indeterminado'", afirmou.>