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Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2021 às 22:47
- Atualizado há 2 anos
Eliane Nogueira, mãe do novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, assumiu nesta quarta-feira (28), a vaga do filho no Senado. Primeira suplente de Nogueira e sem experiência em cargos políticos, Eliane não escondeu a pouca familiaridade com a nova função ao tomar posse.>
"Lembro como se fosse ontem do dia em que fui escolhida para ser a primeira suplente de meu filho na chapa que concorreria ao Senado", afirmou a nova senadora em postagem no Instagram. "Apesar de inicialmente espantada, reforcei que estou à disposição para fazer o melhor pelo povo do meu Estado".>
A nova senadora escreveu que os sentimentos de espanto e disposição se repetem agora. "É com esse mesmo sentimento que assumo hoje oficialmente o posto de senadora da República pelo Estado do Piauí".>
Na mesma rede social, Nogueira postou uma fotografia com a mãe. "Tive que pedir uma foto com a nova senadora do Piauí", brincou o novo ministro. O senador Elmano Férrer (PI) e os deputados André Fufuca (MA) - presidente interino do Progressistas no lugar de Nogueira -- e Iracema Portella (PI), ex-mulher do ministro, também participaram da cerimônia de posse da nova senadora.>
Pediu de volta dinheiro apreendido>
Apesar de não ter nenhuma experiência em cargo eletivo, Eliane já esteve envolvida, junto com o filho, em uma investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura repasses ao Progressistas para apoiar a eleição de Dilma Rousseff, em 2014. Na época, foram apreendidas na casa da família Nogueira cerca de 11 mil euros e 9 mil dólares. Eliane solicitou ao Supremo que a quantia fosse devolvida, mas o pedido foi negado.>
A apreensão foi feita com base em investigação que teve como origem os depoimentos prestados por colaboradores do Grupo J&F, dono da JBS, que disseram ter repassado cerca de R$ 43 milhões ao Progressistas. Os pagamentos, segundo eles, foram repassados em espécie e em doações oficiais a Nogueira, em troca do apoio do partido na campanha para a eleição presidencial de 2014.>
Em nota divulgada quando Nogueira foi escolhido para a Casa Civil, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o senador "foi colocado sob foco de investigação num momento no qual havia, claramente, uma tendência de criminalização da política".>
Não é raro senadores terem parentes entre os suplentes. Trata-se de uma prática permitida na legislação eleitoral. Um projeto de lei do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), no entanto, tenta proibir que o candidato a uma vaga no Senado indique parente ou cônjuge para a suplência.>
A proposta surgiu após o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca durante operação da Polícia Federal, no ano passado. Na época, quem assumiria o cargo seria seu filho Pedro Rodrigues (DEM-RR), mas ele não chegou a trabalhar. O projeto ainda não tem previsão de ser votado.>