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Técnico de enfermagem é demitido por justa causa após cair em golpe do falso médico

Ex-funcionário diz que não estava acostumado a fazer serviços administrativos, porém acabou passando os dados solicitados

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 21:10

Técnico de enfermagem é demitido após cair em golpe do falso médico
Técnico de enfermagem é demitido após cair em golpe do falso médico Crédito: Reprodução

O técnico de enfermagem e instrumentador cirúrgico, Sidnei Alves Monteiro, 47 anos, foi demitido do Hospital Beneficência Portuguesa, em Santos, no litoral paulista, após cair no golpe do falso médico. A demissão ocorreu após a família de um paciente sofrer uma tentativa de golpe, depois que o funcionário passou a lista de ramais telefônicos e alguns prontuários de pacientes para um homem que se passava por médico da unidade de saúde.

Sidnei contou, em entrevista ao G1, que o golpista entrou em contato por meio do ramal telefônico que os funcionários usam para se comunicar e se apresentou com o nome real de um dos médicos do centro cirúrgico. Ainda segundo ele, o golpista tinha os nomes completos dos pacientes que estavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O técnico informou ainda que não estava acostumado a fazer serviços administrativos, porém acabou passando os dados solicitados por não ter encontrado uma secretária para ajudar o suposto médico que pedia as numerações dos prontuários dos pacientes, por volta das 9h do último dia 12.

"Prestes a desligar o ramal, devido ao tempo que estava perdendo, o golpista pediu meu celular e pediu que eu fotografasse os prontuários com os números destes, e assim fiz inocentemente", contou Sidnei, em entrevista ao G1. Ele alegou ter enviado apenas a capa dos documentos, onde não havia os telefones dos pacientes.

O Hospital Beneficência Portuguesa informou que o funcionário foi desligado após descumprir as normas internas, principalmente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as diretrizes institucionais de segurança da informação e do paciente. Além disso, a instituição informa que foi constatado que, além de expor dados pessoais do paciente, o funcionário fotografou a tela do computador da instituição com a ficha do enfermo.

 “E mais, o ex-funcionário que atendeu inicialmente, a chamada do pretenso médico em um dos ramais da instituição, passou em seguida a usar seu próprio aparelho celular para manter contato com o suposto profissional. Mais ainda, passou informações sobre um adoentado em setor distinto do qual atuava”.

O suposto médico tentou dar um golpe em uma das pacientes, que desconfiou do contato e acionou o hospital. Por volta das 16h do mesmo dia, o técnico foi chamado pela gerência de enfermagem porque o nome dele estava na foto do prontuário enviada pelo golpista. "De boa-fé, eu falei o que ocorreu. Pensei que iria ajudar na investigação e não ser mandado embora por justa causa", afirmou Sidnei. "Minha carreira de 18 anos foi manchada por eu levar o golpe, eu sou o culpado pelo golpe?", questionou o profissional.

Do outro lado, o hospital avalia que o funcionário “extrapolou de suas atribuições funcionais em prejuízo do paciente e em desacordo com as normas éticas e técnicas do hospital. É do conhecimento de todos os colaboradores da instituição que qualquer informação sobre pacientes só é fornecida com sua devida autorização formal e pelo médico responsável”. A unidade alega ainda que realizou todos os procedimentos legais para apuração dos fatos, “observado, inclusive, o pleno direito do ex-funcionário de prestar esclarecimentos sem nenhuma acusação, apenas a título de elucidação com relação à denúncia apresentada pelo paciente".

Sidnei registrou um boletim de ocorrência (BO) na Delegacia Eletrônica e pretende entrar com um processo contra o hospital. "Me sinto triste e abalado, pois sou PCD [Pessoa Com Deficiência], tenho visão monocular [condição de enxergar com apenas um olho] e negro. Tenho ciência de que será difícil um novo emprego, sou pai de família e em pleno Natal fiquei desempregado", lamentou Sidnei.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como estelionato e encaminhado ao 2º Distrito Policial (DP) de Santos. A pasta acrescentou que a vítima foi orientada quanto à necessidade de representação criminal para prosseguimento das investigações.