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Perla Ribeiro
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 17:41
Mãe do policial civil Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, Débora Velloso Cabral soube pela TV que o filho estava morto, após ser atingido com um tiro na nuca durante megaoperação realizada nesta terça-feira nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. "Meu coração apertou quando falaram que um policial morreu. Quando apareceu o nome dele entrei em desespero", disse, em entrevista ao jornal O Globo. >
O policial era lotado na 39ª DP (Pavuna) e entrou recentemente para a corporação. "Antes de ir ele disse: 'Mamãe te amo. Volto em breve'. Meu filho era amor, ra sorriso. Os bandidos encurralaram ele, assim como o delegado. Aquele infeliz do Cláudio Castro sabia que os policiais não tinham condição de encarar o CV. Meu filho só tinha 40 dias de corporação", disse, emocionada.>
Policial foi morto em megaoperação
A morte de Rodrigo e outros três agentes de segurança ocorreu durante a Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar para conter o avanço do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças do tráfico no Rio e em outros estados. Ao menos 120 pessoas morreram.>
O velório e o enterro do policial civil Rodrigo Velloso Cabral aconteceu na tarde desta quarta-feira (29). A despedida foi realizada no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil. No local, compareceram pelo menos 150 pessoas, incluindo a família do policial e colegas da corporação, assim como policiais militares, policiais rodoviários e os comandantes da Polícia Militar e Civil. Pétalas foram jogadas de um helicóptero durante o velório em homenagem ao policial morto.>
O número de mortos ligados à megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha pode chegar a 132. Somente entre a noite de terça-feira, (28) a manhã desta quarta (29), moradores já levaram 68 corpos até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, além dos 64 óbitos já confirmados pelas autoridades ontem.>
Os corpos foram recolhidos de uma área de mata e colocados pelos moradores na praça, onde equipes da Defesa Civil atuam para fazer a remoção. O cenário ocorre um dia depois da ação policial que já era considerada a mais letal da história do Rio, com os 64 óbitos oficialmente confirmados - segundo a polícia, 60 suspeitos e 4 policiais.>
Com o alto volume de cadáveres, o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio funcionou de forma restrita nesta quarta, recebendo apenas vítimas da operação. A Polícia Civil informou que outros casos que precisem de necropsia serão direcionados ao IML de Niterói.>