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Da Redação
Publicado em 25 de março de 2020 às 18:38
- Atualizado há 2 anos
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mudou de discurso e, alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, criticou as decisões dos Estados do País quanto à adoção de quarentena para evitar a propagação do novo coronavírus.>
“Temos que melhorar esse negócio de quarentena, não ficou bom”, disse Mandetta, durante a divulgação do número de 57 mortos e 2.433 casos confirmados da covid-19 no País.“A última quarentena foi em 1917. É normal, faz parte dessa situação, nós errarmos, calibrarmos e fazermos projeções um pouco fora e questionáveis por A, B ou C. A quarentena é um remédio extremamente amargo e duro.”Mandetta, que muitos achavam que até poderia deixar o cargo por causa da pressão de Bolsonaro pelo retorno das pessoas às ruas, procurou dizer que sua preocupação é com a saúde e a vida das pessoas e que as quarentenas impostas pelos Estados têm prejudicado, inclusive, o trabalho médico.>
Ele não deixou de ressaltar, porém, os problemas econômicos que a situação pode gerar e chegou a citar, inclusive, que se reabram templos e igrejas para as pessoas rezarem. “Que fiquem abertas, só não se aglomerem. Fé é elemento de melhora na alma, no espírito”, disse.>
Segundo o ministro, uma “quarentena sem prazo para terminar vira uma parede na frente da vida das pessoas” e as decisões têm que envolver outros assuntos do governo e da própria área de saúde. “A saúde não é uma ilha, não vamos tratar isoladamente, não existe só coronavírus. Eu tenho recebido médico que está fechando consultório de pediatria, clínicas de ultrassonografia. A vida continua. Outras doenças acontecem, as pessoas têm necessidades. As coisas continuam. Os arquitetos têm de trabalhar, as pessoas...”>
Se por um lado Mandetta criticou as ações de quarentena dos Estados, por outro reconheceu o Brasil começou a “subir” seu número de casos e mortes. “Estamos só no início, temos só 30 dias do primeiro caso. Estamos iniciando a subida, que leva algumas semanas. Temos nossas projeções e vamos ver se elas vão bater”, disse. >
O ministro também questionou os dados informados pela China sobre contaminações e mortes pela covid-19. “Isso deve ter acontecido na China, num número astronômico, que por algum motivo ficou embaixo do tapete. É isso que leva a Índia fazer quarentena de 1,3 bilhão de pessoas.”>
Sem citar nomes, Mandetta disse que os governadores vão se reposicionar. “Foi precipitado, foi cedo. As pessoas têm de saber se vamos fazer sacrifício de uma semana, vamos. Assim a gente vai junto”, comentou.>
Sobre a sua permanência no cargo, disse que fica. “Nesse momento de crise, vou trabalhar ao máximo, a equipe está empenhada, vamos trabalhar com critério técnico", afirmou o ministro. “Na hora que acharem que eu não devo trabalhar, que o presidente achar, ou se eu estiver doente, ou quando eu achar que esse período todo tenha passado e eu possa não ser mais útil...”>
Sem citar nomes, Mandetta disse que os governadores vão se reposicionar. “Foi precipitado, foi cedo. As pessoas têm de saber se vamos fazer sacrifício de uma semana, vamos. Assim a gente vai junto”, comentou.>
Sobre a sua permanência no cargo, disse que fica. “Nesse momento de crise, vou trabalhar ao máximo, a equipe está empenhada, vamos trabalhar com critério técnico”, afirmou o ministro. “Na hora que acharem que eu não devo trabalhar, que o presidente achar, ou se eu estiver doente, ou quando eu achar que esse período todo tenha passado e eu possa não ser mais útil...” >