Menina de 11 anos mentiu sobre estupro por 14 homens, diz polícia

Em novo depoimento, garota disse que inventou abuso em baile funk para não apanhar de outra garota

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  • Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2018 às 07:51

- Atualizado há um ano

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Em novo depoimento, concedido na segunda-feira (23), a menina de 11 anos disse a polícia que inventou ter sido estuprada por 14 homens durante baile funk em Praia Grande, litoral de São Paulo. De acordo com o G1, a partir das informações da Polícia Civil, a garota criou a história para tentar evitar uma briga. 

Entenda o caso

Um boletim de ocorrência registrado no domingo (22) informava que a vítima estava com amigos em um baile funk no bairro Vila Mirim, quando foi estuprada por um grupo de 14 jovens. Com a ajuda de uma vizinha da família, ela foi encaminhada ao Pronto Socorro, onde os médicos da unidade constataram o possível abuso sexual.

A menina foi, então, encaminhada ao Conselho Tutelar da cidade, e permaneceu em um abrigo. A Promotoria da Infância e Juventude foi acionada para acompanhar a ocorrência e a polícia iniciou os trabalhos para tentar identificar os envolvidos no crime que, mais tarde, descobriu-se que não tinha ocorrido.

"Não aconteceu nada. Não existiu estupro coletivo. Em depoimento, ela admitiu que inventou a história para evitar que apanhasse de uma amiga", informou o delegado titular da cidade, Carlos Henrique Fogolin de Souza. Segundo ele, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) não atestou relação sexual recente.

Sobre uma suposta hemorragia constatada pela médica de plantão no Pronto Socorro do Quietude, e mencionada pelo promotor da Vara da Infância e Juventude da cidade, Carlos Cabral Cabrera, mais cedo, após informações do Conselho Tutelar, a Polícia Civil também desmente. "Na verdade, a menina estava menstruada. O IML atestou".

A investigação da Polícia Civil ainda descobriu que não houve qualquer baile funk na região mencionada por ela na última semana. A versão de que a menina foi expulsa de casa pela mãe, que é acamada, também é inverídica. A polícia passa a apurar a relação da vizinha com a criança, que deverá responder por ato infracional.

Em nota, o Conselho Tutelar afirma que ainda está trabalhando pela integridade da menor, e independentemente dos desdobramentos ou reviravoltas da investigação, que está a cargo da DDM, seguirá com o papel de proteção dela.