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Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2022 às 16:32
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta segunda-feira (11), Cíntia Mariano Dias Cabral pelo homicídio de Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, e a tentativa de homicídio do irmão dela, Bruno Carvalho Cabral, de 16. De acordo com a denúncia, Cíntia agiu livre e conscientemente, com vontade de matar, envenenando a comida dos enteados.>
A 3ª Promotoria de Investigação Penal da Área Territorial Bangu e Campo Grande também requereu a prisão preventiva da denunciada.>
O MP fluminense sustenta que há nos autos prova cabal da materialidade das infrações penais praticadas contra as vítimas Fernanda e Bruno. “Após os fatos, ambas apresentaram, como pontuado no relatório da autoridade policial, sintomas típicos de intoxicação exógena por carbamato (chumbinho), quando verificados de forma simultânea”.>
Destaca também que os laudos técnicos revelaram que o óbito da primeira e as lesões sofridas pelo segundo foram causados por ação química provocada por envenenamento por carbamatos. A denúncia demonstra ainda que existem elementos comprobatórios da autoria delitiva.>
“A vítima Bruno relatou que, quando almoçava na casa da denunciada, sempre servia a sua própria comida. No dia dos fatos, no entanto, seu prato foi entregue pela demandada e já continha feijão, e ele colocou os outros alimentos. O ofendido narrou que, ao provar o feijão, sentiu, imediatamente, um gosto amargo e viu umas 'bolinhas escuras', meio azuladas, e indagou que bolinhas eram aquelas, momento em que a denunciada retirou o prato da mesa e foi à cozinha”, diz a denúncia.>
Ainda segundo a denúncia, Cíntia teria retornado com o prato com mais feijão dizendo que tais bolinhas seriam 'caldo knnor não dissolvido'. Ao comer, a vítima notou que as bolinhas ainda estavam no prato, razão pela qual não comeu todo o alimento". >
O relato é corroborado pelas declarações de Lucas, filho da denunciada, que assegurou que ela havia manipulado o feijão, e pelo relato de Carla, também filha de Cíntia, que narrou que sua mãe, após a vítima Bruno separar parte da comida no prato, colocou mais feijão, bem como que notou um líquido esverdeado escuro e brilhoso no prato do ofendido. O filho da denunciada também declarou que sua mãe lhe confessou que havia colocado chumbinho no prato da vítima Bruno e que havia feito “a mesma coisa com Fernanda, tudo por amor a Adeilson”. >
A Promotoria reforça que a restrição de liberdade é necessária para a garantia da ordem pública e da regular instrução criminal: “Os crimes por ela praticados são extrema e concretamente graves e, por terem sido praticados em sequência, após curto intervalo, indicam a inclinação da demandada à prática delituosa, a qual oferece riscos à coletividade. (…) Os crimes foram praticados em âmbito familiar e a maioria das testemunhas poderia ser influenciada pela denunciada – sobretudo os seus filhos -, o que tumultuaria e colocaria em risco a integridade da instrução probatória”.>