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Perla Ribeiro
Publicado em 24 de agosto de 2025 às 16:19
O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, que ficou conhecido com o nome artístico de Jaguar, morreu neste domingo (24), aos 93 anos, no Rio de Janeiro. Ele, que foi Um dos fundadores do jornal Pasquim e referência do humor gráfico, estava internado com pneumonia há três semanas, no Copa D’Or, no Rio de Janeiro. As informações foram confirmadas pelo site de O Globo com a esposa de Jaguar, Célia Regina Pierantoni. O cartunista deixa uma filha, a escritora Flávia Savary. >
Carioca nascido em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar começou sua carreira desenhando para revista Manchete em 1952 e adotou seu famoso pseudônimo por sugestão do cartunista Borjalo. À época, ele trabalhava no Banco Brasil, subordinado ao cronista Sérgio Porto, que o convenceu a não abandonar o emprego para se dedicar exclusivamente à carreira no humor. Jaguar teve passagens pela revista Senhor, o jornal Última Hora e o Jornal do Brasil. >
Em 1969 ajudou a fundar o semanário carioca “O Pasquim”, ao lado de nomes como Millôr Fernandes, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Henfil, Paulo Francis e Ziraldo. O rato Sig era um de seus personagens mais famosos. Trata-se de uma alegoria de Sigmund Freud (1856 – 1939) e se tornou a marca do jornal e foi inspirado numa piada que arrancava risadas à época: “se Deus havia criado o sexo, Freud criou a sacanagem”. O cartunista foi único da equipe original a permanecer no semanário até a última edição, em novembro de 1991. No ano anterior, a turma do Pasquim havia sido homenageada pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz com o enredo “Os heróis da resistência”.>
Jaguar se consagrou como um dos principais cartunistas da revista Senhor, nos anos 1960, e colaborou também para a Revista Civilização Brasileira, a Revista da Semana, a Pif-Paf e os jornais Última Hora e Tribuna da Imprensa. Em 1968, lançou seu primeiro livro, “Átila, você é bárbaro”, um sucesso instantâneo, que, com ironia, combatia o preconceito, a ignorância e a violência. “Comparado com os vândalos de hoje, Átila não passa de um doce bárbaro”, afirmou o autor. O cronista Paulo Mendes Campos descreveu a obra como “um livro de poemas gráficos”.>